sábado, 23 de novembro de 2024
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Mais de 40 já venceram o coronavírus na Santa Casa de Votuporanga

Levantamento feito com exclusividade pelo jornal A Cidade junto à Santa Casa de Votuporanga e a Secretaria Estadual de Saúde revela que 44 pacientes já venceram o coronavírus com o…

Levantamento feito com exclusividade pelo jornal A Cidade junto à Santa Casa de Votuporanga e a Secretaria Estadual de Saúde revela que 44 pacientes já venceram o coronavírus com o auxílio do hospital desde o início da pandemia. São pais e mães de família daqui e de mais 11 cidades da região.

De acordo com os dados, 71 pessoas que testaram positivo para Covid-19 deram entrada na Santa Casa em razão de complicações do novo vírus. A maioria, graças ao trabalho dos profissionais da unidade de saúde, conseguiu superar e voltou para casa, mesmo (em alguns casos) depois de vários dias internados em estado grave.

É o caso de Leandro Binoti dos Santos, de 32 anos. Ele, que é de Américo de Campos, foi um dos primeiros pacientes com coronavírus a ser atendido na Santa Casa e chegou a ficar 20 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em estado grave.

“Fiquei surpreso, porque quando morava em São Paulo trabalhei dez anos como auxiliar de farmácia hospitalar e a gente vê como é o tratamento, como são algumas coisas, tem uns que tratam bem, outros muito mal. Agora ali na Santa Casa, fiquei realmente surpreso porque eu tive um tratamento muito especial, todos me tratando bem, com respeito. Fiquei muito feliz mesmo com o tratamento”, contou.

Hoje, ele se vê 100% recuperado. “A gente começa a enxergar as coisas de modo diferente, quando voltei para casa agradeci muito a Deus, porque foi um milagre grande uma grande vitória na minha vida. A gente começa a viver cada segundo como se fosse o último da vida, porque a gente nunca espera que vá acontecer algo, como aconteceu, então fiquei bem feliz de ter me recuperado e ter saído de lá. Tenho dois filhos, e imagina a felicidade de voltar para casa”, concluiu.

Votuporanga

Em que pese as críticas que os municípios vizinhos receberam sob a pecha de serem os responsáveis pela superlotação do hospital, os números revelam que a maior parte dos pacientes atendidos são de fato de Votuporanga, cidade que corresponde a mais de 50% da população referenciada à Santa Casa.

Das 44 altas, 27 foram de Votuporanga, exemplo de Wagner Alves Machado, de 53 anos. Ele ficou 34 dias internado e encontrou na esperança de voltar para a família a força para superar a doença.

“Voltar para casa foi uma alegria muito grande, poder ver a minha família e ver eles me esperando de volta. Foi uma benção. O atendimento na Santa Casa foi muito além do esperado, ótimo, pessoal muito atencioso e isso é muito bom. Não tenho o que reclamar, fui muito bem tratado”, completou.

Valdir Balbino de Araújo, de 56 anos, também é de Votuporanga. Com diversas comorbidades, sua filha, Carla Cristina Neves de Araújo credita sua recuperação a um milagre divino e ao tratamento especializado que ele recebeu no hospital.

“Meu pai é um milagre, com tantas comorbidades ter suportado tudo isso, ele é um vencedor. Quando temos um familiar lá internado somos tomados por um sentimento de medo enorme, não apenas o que nos espera, e quando alcançamos a cura a sensação de alívio, alegria, tomam conta de nós. O atendimento, o cuidado que ele recebeu na Santa Casa desde o primeiro dia no Pronto Socorro, até o último na ala fomos bem atendidos, e recebemos um tratamento muito bom. Sou grata a todo cuidado médico, enfermagem, fisioterapia, copa, limpeza e tantos outros”, disse.

Carla aproveitou para fazer um apelo. “A Santa Casa está pronta, bem equipada, com profissionais capacitados para atender os casos mais graves de Covid. Mas que isso não seja motivo para que as pessoas deixem de se cuidar, por mais equipada que esteja essa doença é perigosa e só sabemos como ela começa não como termina. E aí mora o grande perigo. Que as pessoas tenham consciência sobre isso”, finalizou.

Reconhecimento

Luzia Margarete Guaraná Takato, de 56 anos, é outra votuporanguense que venceu a Covid-19. Ela ficou 11 dias na UTI e mais cinco na ala reservada. Em reconhecimento ao tratamento que recebeu ela iniciou uma ação com a finalidade de arrecadar renda e reverter para a Santa Casa de Votuporanga nas alas de atendimento a Covid-19.

“Deus me deu a vida de volta. Ganhei uma nova vida, estou muito agradecida e estou aqui com a minha família, pelas orações que fizeram fiquei muito agradecida. Me trataram com muito carinho, dignidade, respeito na Santa Casa. Foram muito bons e merecem todo nosso respeito e dedicação”, disse ela.

Mortes
Nem todos, porém, puderam ser salvos. Desde o início da pandemia 14 pessoas perderam suas vidas dentro do hospital. São pacientes que, em razão de diversas outras comorbidades, tiveram o quadro clínico agravado e acabaram não resistindo. A Secretaria Estadual da Saúde, porém, não autorizou a divulgação dos óbitos delimitados por cidades.

Também foram registradas sete transferências para outros hospitais ao longo de toda pandemia.

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