Um monitoramento feito pelo Hospital Albert Einstein, de São Paulo, e atualizado no domingo (26), mostrou que 62% das amostras de coronavírus sequenciadas pela instituição nos últimos 30 dias foram da variante ômicron.
Os dados foram obtidos a partir de uma amostragem de pacientes atendidos em todas as unidades hospitalares e laboratoriais do Einstein, segundo a empresa.
Nos últimos 30 dias, foram 22 casos causados pela variante ômicron e 13 provocados por diferentes linhagens da variante delta, dentre os sequenciados pela instituição.
Apesar disso, o sequenciamento oficial do estado de São Paulo, feito por instituições ligadas ao governo estadual, indica que a maioria dos casos de Covid ainda é provocada pela delta.
Na última semana, de 21 a 28 de dezembro, o Instituto Adolfo Lutz e o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo sequenciaram 1.219 amostras. Só oito foram da ômicron. Outras 1.211, ou 99,3% do total, foram da variante delta.
A discrepância entre os dados de diferentes instituições ocorre em meio a um período de apagão de dados nos sistemas de monitoramento da Covid-19. Especialistas criticam a demora para sequenciar as variantes em circulação, e também as diversas falhas que os governos estaduais reportaram nos sistemas do Ministério da Saúde nas últimas semanas.
A variante ômicron foi identificada pela primeira vez no dia 30 de novembro, na capital paulista. Segundo o levantamento oficial do estado, 28 casos desta cepa já foram confirmados em São Paulo.
Mas os números do estado podem ser ainda maiores: nesta quarta (29), o sequenciamento genômico feito no laboratório do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC detectou 3 novos casos da ômicron – dois em São Bernardo do Campo e um em São Caetano do Sul.
Além da identificação da nova variante de atenção no ABC, o laboratório também anunciou que houve um aumento no percentual de testes positivos. O índice de positividade dos exames do tipo RT-PCR, que era de 2,5% três dias atrás, está em 8% nesta quarta (29). O Centro Universitário realiza, em média, 250 testes do tipo por semana.
Mortes x vacinação
Dados de mortes por Covid-19 em São Paulo e da vacinação contra a doença no estado ao longo do ano de 2021 mostram uma queda no número de óbitos conforme a imunização da população avançou.
Os números analisados vão de janeiro até o final de novembro. Neste período, o estado alcançou a marca de 75% da população com esquema vacinal completo. Em 28 de dezembro, 78,95% da população tinha o esquema vacinal completo. Na mesma data, 95,90% dos adultos tinham tomado ao menos duas doses da vacina contra a Covid.
O gráfico mostra ainda que o mês em que mais pessoas se vacinaram com a segunda dose da vacina contra a Covid foi setembro, com mais de 9 milhões de aplicações da última etapa do esquema vacinal regular (segunda dose ou dose única).
Apesar da redução após o início da campanha, o estado de São Paulo chegou a mais de 150 mil mortes causadas pela doença ainda no começo de outubro. Se fosse um país, o estado de São Paulo seria o oitavo com mais vítimas, com número superior ao registrado em países mais populosos, como Indonésia, Inglaterra e Itália.