quinta, 21 de novembro de 2024
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Maio de 2024 foi o 12° mês seguido a bater recorde de calor no mundo

Maio de 2024 foi o 12º mês consecutivo de recordes de calor na Terra, conforme anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta quarta-feira (5). A temperatura média do ar no…

Maio de 2024 foi o 12º mês consecutivo de recordes de calor na Terra, conforme anunciaram cientistas do observatório europeu Copernicus nesta quarta-feira (5). A temperatura média do ar no planeta tem sido mais alta a cada novo período desde junho de 2023, um sinal claro da emergência climática em que vivemos.

“É chocante, mas não surpreendente que tenhamos alcançado essa sequência de 12 meses. Estamos vivendo em tempos sem precedentes, mas também temos habilidades sem precedentes para monitorar o clima e isso pode ajudar a informar nossas ações”, disse Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S). Mesmo se essa sequência de recordes for interrompida, a assinatura geral das mudanças climáticas permanece e não há sinal de uma mudança nesta tendência.

Maio de 2024 foi o mais quente já registrado globalmente, com uma temperatura média do ar de superfície 0,65°C acima da média de abril de 1991-2020. Os cientistas chamam isso de anomalia de temperatura, um indicador que mostra quanto a temperatura se desvia de uma determinada média histórica. Este período de referência representa um ponto médio do aumento da temperatura global, logo antes das mudanças climáticas se tornarem mais intensas e evidentes.

A temperatura média global nos últimos doze meses (junho de 2023 a maio de 2024) também foi a mais alta já registrada, 0,75°C acima da média de 1991-2020 e 1,63°C acima da média pré-industrial de 1850-1900. Esta tendência reforça a urgência de ações climáticas robustas e imediatas.

Também nesta quarta-feira, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que existe uma chance de 80% de que, em pelo menos um dos próximos cinco anos, a temperatura média global anual ultrapasse temporariamente 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Esse limiar de 1,5°C é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas, considerado crucial para evitar as consequências mais severas da crise climática provocada pela crescente emissão de gases de efeito estufa.

“Este é um aviso claro de que estamos cada vez mais próximos dos limiares estabelecidos no Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, que se referem a aumentos de temperatura a longo prazo ao longo de décadas, não de um a cinco anos” alertou a OMM.

De acordo com o relatório da Organização, a temperatura média global próxima à superfície de cada ano entre 2024 e 2028 deve ficar entre 1,1°C e 1,9°C acima da média de 1850-1900. Além disso, há uma probabilidade de 86% de que pelo menos um desses anos estabeleça um novo recorde de temperatura, superando 2023, atualmente o ano mais quente já registrado.

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