“Uma incógnita muito grande”. É assim que o delegado Rubem Teston descreve a investigação do assassinato da menina Carol Seidler Calegari, de sete anos.
Há fortes indícios de que a mãe tenha cometido o crime, mas Silvana Seidler, de 48 anos, não foi mais vista desde a data da morte. Testemunhas ouvidas pela polícia indicam que ela sofria de depressão, segundo o delegado.
— Na verdade, a informação que nos chegou, por familiares e amigos, é que ela realmente estava enfrentando um quadro que seria de depressão. Tudo isso nós estamos vendo ainda com muito cuidado, porque não se pode, a despeito de se rotular com base em uma doença, e deixar impune uma questão que envolve um crime.
A depressão teria sido percebida por pessoas próximas a Silvana há cerca de dez meses, quando ela se separou do pai da menina. A mãe continuou morando com Carol e com outro filho, mais velho, de outro casamento.
Na última segunda-feira (22), ela avisou para os parentes que Carol havia sumido da frente de casa. À noite, foi à delegacia com o pai da criança, para registrar um boletim do desaparecimento. Mas ela não chegou a concluir o procedimento, foi embora e está até agora sem dar sinal de vida, segundo a polícia.
Três horas depois do sumiço da mãe, policiais encontraram o corpo da criança, na casa onde ela morava com Silvana, dentro de uma caixa em um quarto. Um parecer preliminar do legista indica que a menina teria sofrido esganadura.
Teston deixa claro que ainda não é possível apontar a mãe como autora do crime. Porém diz que, hoje, “é a linha de investigação mais provável”. O desaparecimento da mãe também intriga a polícia.
— Ela desapareceu sem carro, a princípio, sem o suporte financeiro. Com relação a familiares e amigos próximos, estão todos contribuindo com a investigação. Ninguém deixou a cidade. É uma incógnita muito grande, que nos traz uma grande dúvida, que nós esperamos nos próximos dias, com o auxílio da sociedade, chegar ao paradeiro dela.
Desde que começou o inquérito, o delegado já ouviu dezenas de pessoas próximas de Carol e da mãe. Ele chegou à conclusão de que, ao que tudo indica, a menina era bem tratada por Silvana.
— Pelas fotos da família que a gente vê, aniversários, festas, tudo o que vinha a público não demonstra algum comportamento suspeito. Ela era uma criança que aparentava ter uma atitude normal, uma vida normal. Era bem tratada, bem cuidada.