“Parecia um daqueles filmes de furacão”. Foi assim que Karina Silva, de 33 anos, descreveu um dos piores dias da vida após um temporal destruir a casa onde mora, no início desse mês, em Muriaé. Ela não estava sozinha, tinha ao lado o filho Henrique, de 4 anos. Esse foi um agravante para um ato espontâneo, mas que diz muito sobre ser mãe.
Karina, ao perceber os danos causados pelos ventos de 100 km/h, se escondeu dentro do freezer da casa. Por lá, ela ficou poucos minutos, mas que pareciam horas. Momentos antes do temporal, era possível perceber que haveria chuva, como ela explicou.
“Não imaginava que seria do jeito que foi. Quando era 17h, comecei fechar a casa, meu menino estava no quarto, que é coberto de telha. Fechei a casa e fui para junto dele. Quando cheguei lá, já estava chovendo e ouvi um barulho estranho na telha como se fosse chuva de gelo”.
A moradora contou que parte do vidro da janela estourou e caiu no chão. Com o temporal, foi iniciado um “redemoinho” com os pedaços do material fragmentado.
Foi exatamente neste momento em que mãe e filho, apavorados com a situação, se esconderam dentro do freezer.
“Abri a tampa do freezer, coloquei meu menino lá dentro e falei: vai pro canto. O freezer ainda tinha algumas panelas e vasilhas, entrei primeiro e de lá joguei as coisas pra fora. O vento continuava dentro de casa e rodava as coisas, até carregar a telha.”
A mulher teve medo, chegou a pensar que a casa poderia cair. Depois que passou a tempestade, o garoto teve medo e preferiu não sair. Karina precisou acalmar e buscar dar conforto ao menino depois do momento desesperador.
Ao sair do freezer, percebeu os estragos causados pelo temporal. As telhas da casa já não eram encontradas, o celular voou junto com os ventos e a construção estava em ruínas. O momento inusitado serviu como aprendizado para ela e o filho.
“É só agradecer a Deus que a gente conseguiu sair com vida, porque, da maneira que foi depois vendo tudo que tinha acontecido, foi horrível mesmo.”
