Em Campinas, interior de São Paulo, vive Angela, fisioterapeuta de 39 anos e a filha de seis anos.
Aos dois anos de idade, a criança, cuja mãe prefere não se identificar, foi diagnosticada com autismo. Ela apresentava vários problemas de desenvolvimento na fala e para interagir socialmente, além de três a quatro crises por dia.
Com muito esforço e persistência, Angela obteve autorização judicial para o cultivo de maconha e produção do óleo de extrato de canabidiol para tratar a filha. Segundo ela, isso mudou a vida da família.
Mas a caminhada foi longa para conseguir a autorização para plantar a maconha para uso medicinal. O salvo-conduto foi dado por um ano, atendendo ao habeas corpus da Defensoria Pública de São Paulo, como explicou a mãe.
Angela conta que quando a polícia apareceu, ela achou que fosse por conta do processo e não por uma denúncia.
Em agosto de 2017, Angela pediu ajuda jurídica da Defensoria Pública de São Paulo para obter autorização judicial e, assim, regularizar a situação.
A defensora pública Daniela Skromov, do Núcleo de Direitos da Pessoa com Deficiência, disse que há um debate para decidir se vai ser permitido o cultivo caseiro ou se será exclusivo das farmacêuticas.
Desde 2016, foram registradas quase cinco mil autorizações para a importação do medicamento, que acarretou a entrada de quase 80 mil produtos no país, prescritos por cerca de 800 médicos.