sexta, 8 de novembro de 2024
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Mãe acusa médica de perfurar pescoço de bebê durante parto; criança morreu

Uma grave denúncia de violência obstétrica foi registrada contra a Maternidade Estadual Albert Sabin, em Salvador, após a morte de um bebê durante o parto. A família da paciente, Liliane…

Uma grave denúncia de violência obstétrica foi registrada contra a Maternidade Estadual Albert Sabin, em Salvador, após a morte de um bebê durante o parto. A família da paciente, Liliane Ribeiro, acusa a unidade de saúde de negligência e violência médica. Com informações do g1.

Segundo Liliane, o falecimento de sua filha, Anabelly, teria sido causado por uma lesão no pescoço, supostamente provocada por uma profissional que realizou uma manobra durante o parto. O caso ocorreu na última quinta-feira (31) e está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia.

Liliane relatou ter sido submetida a um parto normal contra sua vontade, mesmo com recomendação médica para cesárea. Ela também afirmou ter sido destratada pela equipe médica e abandonada pela profissional responsável antes do término do procedimento. “Ela [a médica] não teve amor ao próximo. Saiu e deixou minha filha à mercê da morte, isso não se faz”, desabafou Liliane.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou, por meio de nota, que vai apurar com transparência as circunstâncias do óbito da criança.

Liliane fez questão de realizar o pré-natal em duas unidades, uma pública e outra privada, visando garantir o melhor acompanhamento possível para sua filha. Segundo ela, não havia motivos de preocupação em relação à saúde do bebê, exceto pela indicação de que, devido ao tamanho da criança, o parto cesárea seria mais seguro.

Na quarta-feira (30), ao ter a bolsa rompida, Liliane procurou a maternidade Albert Sabin. Ela conta que, mesmo com o líquido amniótico escorrendo, aguardou cerca de 40 minutos para ser atendida. Após passar a noite na unidade, ela foi informada, apenas no dia seguinte, sobre o estado de saúde seu e da filha, sendo medicada para induzir o parto normal, única opção oferecida pela equipe.

Durante o parto, Liliane afirmou ter sido orientada a fazer força sob ameaça de que seria “rasgada até o talo” e, em outro momento, mandada a “parar de presepada”. Quando a cabeça do bebê saiu, a médica teria realizado uma manobra brusca para extrair a criança.

O marido de Liliane, que estava presente, percebeu sinais de irregularidade no procedimento. Segundo o relato da mãe, a médica estava com a luva rasgada e, ao retirar o bebê, rapidamente entregou-o a outros profissionais e saiu da sala.

Liliane afirma que o pescoço do bebê foi perfurado pela unha da médica, e que a criança, após passar por massagem cardíaca, teve o óbito confirmado. No entanto, o hospital informou à família que o bebê nasceu morto, declaração contestada pela mãe:

“Como minha filha saiu de mim morta se antes de entrar na sala de parto ela estava viva? Se eu senti ela mexer? Se a médica mostrou para meu marido a cabecinha dela mexendo? Se eles tentaram reanimar? Minha filha não estava morta”.

Liliane e seu marido registraram um boletim de ocorrência e solicitaram que o corpo do bebê fosse encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para exame de necropsia. A Polícia Civil acompanha o caso, e a 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras) está realizando oitivas e aguarda o laudo da perícia para esclarecer o ocorrido. A conclusão das investigações está prevista para o prazo de 30 dias.

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