O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (22.out.2023) que o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “trai os brasileiros e fica de cócoras para as exigências dos mais ricos”. Deu a declaração em publicação nas redes sociais ao comentar sobre a preservação ambiental no Brasil e os interesses das nações mais ricas.
“O atual Brasil abre mão de sua soberania e se sujeita ainda mais aos interesses das nações mais ricas e poderosas […] Os únicos interesses desses é impor e saber o quanto podem sugar e impedir os outros de crescerem. Lula trai os Brasileiros e fica de cócoras para as exigências dos mais ricos”, disse no X (antigo Twitter).
O ex-chefe do Executivo também fez referência às queimadas na Amazônia e às críticas recebidos sobre o tema durante seu governo. Segundo ele, o debate sobre a política ambiental nunca foi pautado na preservação do meio ambiente, mas na imposição de uma “agenda” de interesses de outros países.
“A histeria da mídia e de ativistas de outrora e que hoje se calam enquanto a Amazônia torra em chamas escancara que nunca foi por meio ambiente. Tudo sempre foi para imposição de uma agenda global que destruirá os mais pobres e enriquecerá ainda mais os monopólios”, afirmou.
De janeiro a setembro deste ano, o Programa Queimadas registrou 56.903 focos de queimadas na Amazônia. Atualmente, rios do Amazonas também enfrentam uma seca severa. A crise hídrica na Amazônia já é considerada a pior dos últimos 43 anos na região, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Contra a seca na região Norte, o governo Lula anunciou o adiantamento de R$ 100 milhões em emendas parlamentares para o Amazonas e a implementação de ações emergenciais, como obras de dragagens, antecipação de benefícios sociais e acionamento de térmicas para garantir o fornecimento de energia elétrica. Para combater os incêndios, o Executivo enviou brigadistas e conduz ações de prevenção na região.
Apesar das medidas anunciadas, integrantes do governo estimam que os atuais incêndios florestais se prolonguem até novembro. O ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) responsabiliza a gestão de Bolsonaro pela situação e pelo abandono de políticas de prevenção ao desmatamento nos últimos anos.
Na publicação feita neste domingo, o ex-presidente afirmou que a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa defendida por outros países não implica interesse real no desenvolvimento da população que vive próxima a áreas de preservação.
“Países já mostraram que o ESG [ambiental, social e governança, na tradução em português] puro acaba com nações e os gigantes sabem disso. Pouco se importam com o bem-estar dos mais humildades ou preservação do meio ambiente. Impõem agendas identitárias na mente do povo enquanto infiltram seus reais interesses pelo outro lado”, declarou Bolsonaro.