Lula (PT) lança, nesta segunda-feira (10), a “Carta Compromisso aos Evangélicos”. Em resumo, o petista deve indicar que não basta haver igrejas abertas, mas que evangélicos precisam participar ainda mais da vida nacional.
Na prática, a carta não é apenas uma reação às fake news que afirmam que Lula fechará igrejas, mas uma indicação de caminhos para futura parceria com evangélicos para o desenvolvimento de políticas sociais.
No texto que estava sendo elaborado, havia a previsão de uma citação especial aos trabalhos das igrejas na prevenção às drogas, com o fortalecimento das comunidades terapêuticas.
A carta deve citar, ainda, programas das igrejas para proteção das mulheres, para incentivo à arte evangélica e para o combate à fome e à extrema pobreza.
“As igrejas evangélicas têm um papel fundamental na sociedade brasileira. Em lugares onde o Poder Público não consegue chegar, há congregações com irmãos e irmãs que trabalham ativamente nas suas comunidades com a propagação do Evangelho, se dedicam em levar paz, conforto espiritual às famílias e desenvolvem forte trabalho social. Vale destacar com ênfase a mulher evangélica, aguerrida em sua fé, dedicadas à oração e ao cuidado com suas famílias”, diz trecho do documento.
O petista também destacará leis relevantes para as comunidades evangélicas e que sancionou no primeiro e segundo mandatos.
“A defesa da ampla liberdade religiosa sempre marcou a minha vida política e a minha conduta pessoal como cristão. Valorizando a verdade, destaco que sancionei leis importantes como a da Marcha Para Jesus, Dia Nacional do Evangélico e da Liberdade Religiosa.”
Lula sancionou a lei da Liberdade Religiosa em 2003, a Marcha para Jesus em 2009, e o Dia Nacional do Evangélico em 2010.
Como a jornalista Andrea Sadi antecipou, o PT defenderá a representatividade de evangélicos nas diferentes áreas do governo, atuando junto aos conselhos setoriais e constitucionais. O texto deve apresentar, pelo menos, sete compromissos:
Garantia da liberdade religiosa, da defesa da família e da vida;
Garantia de que nenhum templo será fechado e nenhum culto proibido;
Não enviar ao Congressos leis, nem alterar qualquer norma que envolva valores cristãos, da família e da vida;
Combate a qualquer tipo de preconceito contra evangélicos;
Participação efetiva de evangélicos nas diferentes áreas do governo;
Defesa da participação de evangélicos nas políticas públicas, em especial na prevenção às drogas;
Valorização de projetos já desenvolvidos nas áreas de assistência social.
Assim como Bolsonaro usa o versículo, “Conhecereis a verdade, e a verdade os libertará” (João 8;32), Lula também recorrerá à Bíblia para dizer que o país precisa de paz. “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5;9).
“É a própria Bíblia que nos ensina andar pelo caminho da paz com todos e Jesus mostra que a casa dividida não prospera. Portanto, a tentativa de divisão dos brasileiros não ajuda a nossa nação. Somos um só povo”, diz a carta.