O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta segunda-feira (18), a disparidade entre os grandes consumidores que pagam um valor menor pela energia, em contraste com os mais pobres que suportam custos mais elevados.
“Três milhões de pessoas, que são os empresários, pagam um terço do preço da energia que paga o pobre. Eu faço uma pergunta: é justo o rico pagar menos do que o pobre?”, questionou Lula durante entrega de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida, em solenidade realizada no Estado do Amapá.
“O governo vai ter que se debruçar no começo do ano e vamos resolver esse negócio da energia. Porque o povo pobre trabalhador não pode continuar pagando a conta dos mais ricos neste país”.
O descontentamento de Lula foi motivado por declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que apontou que cerca de 3 milhões de consumidores de energia no mercado livre consomem 45% da energia do país, pagando um valor reduzido de R$ 250 o megawatt-hora (MWh), enquanto os demais pagam R$ 650 o MWh, em média, entre os 87 milhões restantes.
Enquanto isso, Silveira tem reiterado desde meados do ano a intenção de apresentar uma reforma abrangente das leis do setor elétrico, alegando que o marco legal atual se tornou uma “colcha de retalhos” que necessita de correção.
Apesar de iniciativas discutidas no Congresso ao longo dos anos, o governo ainda não apresentou uma proposta legislativa para resolver as distorções identificadas por Silveira.