O médico fernandopolense, Luiz Henrique Semeghini, preso em Tremembé onde cumpre pena pela morta da esposa, participa de projeto piloto e prestam atendimentos a detentos em cinco penitenciárias do Vale do Paraíba. A cada dia trabalhado, eles ganham um dia na remissão. Esse projeto teve início em 2017 na Penitenciária 2 de Tremembé, que abriga presos homens, do regime fechado. Em um ano foram quase 20 mil atendimentos.
Essa é a primeira vez que o estado aproveita a mão de obra de médicos presos para atender a população carcerária. “A ideia surgiu da inexistência de profissionais da área médica atuando nas unidades prisionais, então aproveitamos essa qualificação para suprir a deficiência que existe no sistema. Antes eles eram atendidos na rede pública e isso gerava um problema para a administração pública, porque o policial era tirado das ruas pra fazer escoltas de preso, o que gera risco de fuga e pergio”, afirmou a juíza Sueli Zeraick.
Além da redução de escoltas, o projeto ocupa menos os médicos da rede publica da região. As unidades de saúde de Taubaté, por exemplo, que normalmente recebem esses detentos, deixaram de fazer cerca de 13 mil atendimentos de presos em um ano.
“Eu estou trabalhando em uma unidade que estava há praticamente quatro anos sem médico, então eu me sinto muito útil. Eu tive que relembrar muitas coisas da medicina que já tinha abandonado, como doenças de pele, então tive que me reciclar”, contou um dos médicos detentos, Roberto Rivetti.
Para os presos que são atendidos diariamente, o fácil acesso às consultas melhorou a vida na penitenciária. “Com isso aqui, você não precisa usar algema, passa pelo médico, aparelho. Ter tudo isso, é muito bom”, explicou José Roberto dos Santos.
