Conhecida por memes nas redes sociais e vídeos engraçados no YouTube, Luisa Marilac é muito mais do que motivo de risadas na internet.
A influenciadora digital está lançando sua biografia “Eu, Travesti” e quer ajudar outras mulheres trans com sua história. “Através da minha experiência, posso fazer a diferença para outras mulheres trans”, disse em entrevista ao Pânico nesta segunda-feira (27).
No livro, escrito em parceria com a jornalista Nana Queiroz, Marilac lembra de passagens tristes de sua vida, como quando foi atacada ao chegar em São Paulo. Ela levou sete facadas e quase morreu. “Foi do nada, só senti minhas costas ardendo e eu caí no chão”, contou. “Chutaram muito minha cara, meus olhos ficaram deformados, todos os meus dentes ficaram moles.”
Até hoje, Luisa não sabe o motivo do ataque. Quando foi ao hospital, ela seguiu sendo maltratada. “Me deixaram ali para morrer. Eles escolhiam quem ia sobreviver. Eu pedia água e as pessoas ignoravam”, disse. “Falaram que se eu tivesse dentro de casa, isso não tinha acontecido. Me trataram como lixo, só não morri porque Deus foi maravilhoso”, confessou.
Contando suas histórias, Luisa Marilac quer fazer o possível para que outras mulheres trans não sofram como ela sofreu. Para isso, ela quer ocupar espaços que vão além da bolha LGBTQI+. “Sou muito criticada no meio LGBTQI+ porque vou em lugares que eles acham que eu não deveria ir, como o Danilo Gentili e aqui, mas a gente tem que ir em lugares que eles julgam ser intolerantes”, explicou. “Se a gente ficar só no meio LGBTQI+, não vai mudar o mundo.”
Mas, antes de tentar mudar o mundo, Luisa tentou mudar a cabeça de sua própria mãe. A influenciadora contou que a mãe só passou a aceitá-la quando percebeu que a prostituição dava dinheiro. “No começo foi muito difícil para minha mãe, sempre me trocou por algum marido que nunca me aceitou”, disse. Próxima ao espiritismo, ela afirmou que quer ter uma mãe diferente nas próximas encarnações, apesar de a amar. “Acho que eu mereço amor, mereço respeito. Quero alguém que me ame”, desabafou.
