O jovem fernandopolense de 27 anos morto após tentar se salvar durante o incêndio em um prédio de 12 andares em Campinas (SP), na manhã desta quarta-feira (1), passou a noite no imóvel porque o local estava com a energia cortada e não conseguia encontrar as chaves, segundo relato da mulher dele. O caso foi registrado como morte acidental pela Polícia Civil e será investigado pelo 5º Distrito Policial.
Lucas Gabriel Melatto de Araújo trabalhava como auxiliar geral, diz boletim de ocorrência, e morava no 11º andar do condomínio Meinhaus, no Jardim Samambaia. Durante o incêndio, ele cortou uma tela de proteção, se segurou do lado de fora por minutos, mas não aguentou. A vítima caiu de uma altura estimada em 40 metros e o óbito foi confirmado no local pelo Samu. Não há informações do enterro.
Saída e volta ao local
A mulher dele, Caroline Cristina de Souza, contou à Polícia Militar que na noite anterior os dois saíram de casa para dormir na casa de um avô justamente por conta da falta de energia, mas a vítima voltou ao local por volta das 21h à espera da religação do fornecimento pela distribuidora CPFL.
Depois disso, por volta das 23h30, segundo relato da mulher para a PM, o rapaz comunicou que passaria a noite no prédio porque a energia ainda não havia voltado e ele não conseguia encontrar as chaves do imóvel. Na manhã desta quarta, ela foi comunicada sobre o incêndio e foi até o condomínio.
“Declara que na noite anterior saiu de casa para dormirem na casa de seu avô pelo fato do apartamento em que residiam estar com a energia elétrica cortada, e por volta das 21h seu marido retornou até o apartamento pois a CPFL iria restabelecer a energia. Seu marido aguardou até as 23h30 e avisou que iria passar a noite no apartamento porque não estava encontrado a chave no escuro e não haviam religado a energia. Foi então que hoje pela manhã foi avisada do fato ocorrido e se dirigiu até o local”, diz registro da PM sobre o relato feito pela mulher da vítima.
Lucas é filho do secretário de Cultura e Turismo em Fernandópolis (SP), Cássio Araújo. Em uma rede social, o prefeito, André Pessuto, manifestou solidariedade com a família da vítima.
Procurada pelo g1 Campinas, a CPFL Paulista informou que “lamenta o ocorrido e está à disposição das autoridades responsáveis”
O que diz a prefeitura?
A Secretaria de Planejamento e Urbanismo diz que a documentação do condomínio está regularizada.
Já a Defesa Civil informou que foi ao local e interditou totalmente o apartamento atingido pelo fogo, enquanto parte das garagens do prédio foi interditada parcialmente por conta do risco de queda de um vidro do apartamento. “O condomínio foi intimado a colocar o local em estabilidade e segurança”.
Já a administração do condomínio informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que lamenta a tragédia que vitimou o morador da unidade. “Nesse momento, prestamos as nossas condolências e sentimentos aos familiares e amigos da vítima. No mais, estamos acompanhando com as autoridades o ocorrido, e aguardaremos a divulgação do laudo oficial, antes de qualquer manifestação”, diz o texto.
Incêndio e apuração
O incêndio começou perto das 6h30 e um ahora depois o fogo foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. Os moradores foram orientados a sair do prédio por conta das chamas e da fumaça.
Segundo a corporação, não houve registros de outras pessoas feridas, nem sobre danos em outros apartamentos. “A gente não sabe ainda o que causou as chamas, estamos aguardando a perícia. O local está seguro, o fogo foi extinto, mas o apartamento está totalmente danificado. Foi queimada a área da cozinha, sala e demais ambientes por causa da caloria e da fumaça”, explicou o tenente Lira.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) destacou que exames periciais foram solicitados pela Polícia Civil e o registro inicial da ocorrência foi feito pelo 1º DP de Campinas.