Hebreus 12:”15. Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos.”
É inevitável. As pessoas vão nos machucar. Até mesmo aquelas próximas a você. Na verdade, talvez especialmente aquelas próximas a você.
Com cada ferida, há o potencial para despertar o monstro da amargura. Ele tem um sono leve. E ele é mais inteligente do que pensamos. Até uma pequena briga no relacionamento é suficiente para despertá-lo para a ação. Não devemos subestimá-lo.
Amargura: ferida causada tanto por ofensa real ou apenas aparente, que passa sem ser checada, e é permitida a continuar devido à falha de aplicação dos princípios bíblicos e meditação sobre a ofensa, resultando em ódio e ressentimento.
Amargura é a cura rápida da carne. Lidar biblicamente com o conflito e com as feridas se torna muito trabalhoso. Então, como um traficante espiritual, amargura oferece uma rápida sensação de “estar alto”. Mas, apesar de ela oferecer isso por um momento, ela te destrói com o tempo.
Com certeza, feridas reais ocorrem muito mais do que frequentemente por meio de atrocidades como abuso e atos criminosos. Nesses casos, a luta contra a amargura pode ser torturante. Até mesmo e especialmente nesses casos, Deus estende sua confortante e transformadora graça para a maior ferida da vida. (Gn 50:20)
Mas frequentemente, amargura se desliza e é semeada em milhares de momentos menores e em lutas na nossa vida habitual. Por essa razão, devemos estar em guarda. Temos que resistir a isso. E nos arrepender. A amargura é uma assassina.
Aqui estão algumas poucas maneiras que nos ajudará contra as batalhas da amargura:
1-Não subestime o poder da amargura
Me assusta quão facilmente a amargura invade o meu coração. E igualmente assustador é a quantidade de pessoas que em suas lutas da vida diária dizem: “Ah, eu não estou amargurado, eu só estou tendo um pouco de dificuldade”. Nenhum de nós está acima disso.
Se você é parecido comigo em algumas situações, nós vamos dizer, “Eu não estou amargurado, só estou tendo um pouco de dificuldade”. Talvez. No entanto, “um pouco de dificuldade” no surgimento de um conflito relacional é geralmente amargura residual. E, mesmo se tivermos aceitado um pedido de desculpas ou tivéssemos prometido perdão, é possível que a amargura ainda esteja em nosso meio.
Sinais óbvios da amargura incluem odiar alguém em nossos corações, difamações, vingança, e injustamente cortar alguém de seus relacionamentos. Considere diagnosticar a possibilidade de menos amargura. Você continua insistindo com a pessoa/incidente de um jeito desfavorável? Você usou a pessoa ou incidente contra ela? Você levantou o assunto sobre a pessoa/incidente para outros que não precisavam saber dos detalhes? Você, de forma quieta, teve prazer em como as pessoas tomaram o seu lado da questão contra o outro? Você está permitindo desnecessariamente que esse incidente continue entre o seu relacionamento com a pessoa? Você está considerando abandonar essa pessoa? Se sim, a amargura deve ter começado a infiltrar seu coração.
E fique atento àqueles ringues mentais que gostamos de criar. Apesar do prazer rápido e fácil que eles podem fornecer, a prática de corajosamente vencer discussões com as pessoas em nossas próprias mentes alimenta o nosso fariseu interior e o monstro da auto-justiça. Por que estamos fazendo isso? Essa é uma maneira pela qual nós podemos, verbalmente, colocar o pescoço do nosso inimigo sob os nossos pés. Estamos com amargura.
Nós fazemos bem em orar como Davi, “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” (Salmo 139.23-24)
2-Mantenha aquela hora silenciosa da manhã
Eu digo “da manhã” porque quando estamos em batalha contra a amargura, a luta pelo pensamento bíblico pode começar mesmo antes do nosso pé tocar o chão.
E, já que a amargura é largamente uma batalha para o coração, bombardeá-lo com bondade, graça e glória de Deus no começar de cada dia ser mostrará uma técnica efetiva na batalha. “Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço” (Salmo 119.165)
3-Lute por uma visão precisa e elevada de Deus
Romanos 12:”2. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
4-Negue-se a se separar do corpo de Cristo
Hebreus 10:”25. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.”
“O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.” (Pv. 18.1)
5-Lute para acreditar no melhor sobre os outros
Isso parece tão simples, quase que trivial. Mas essa é uma das maiores áreas de pecado durante problemas relacionais. Um lado incorre em dor por causa do pecado de outro. Ao invés de perguntar, entender a história completa, e lutar para dar aos outros tanta graça quanto damos a nós mesmo, nós nos fechamos, tiramos conclusões míopes e ponto final. O outro lado, consequentemente, reage de forma semelhante. Visões são formadas. A amargura se enraíza em corações e mentes. Nós perguntamos, “Como que é possível que tenhamos chegado nesse ponto?!”
Porém, temos que lutar contra isso, pisando no freio rapidamente. Temos que perguntar, mesmo parecendo certos sobre um ponto. Inundando nossa carne com passagens como 1 Coríntios 13.4-7, Provérbios 18.13 e 18.17, uma coisa espetacular começará a acontecer. Amor. Verdade. Reconciliação.
Falhar em acreditar no melhor e em perguntar geralmente é um sintoma de uma visão altiva e pecaminosa de alguém sobre sua própria sabedoria. É uma adoração à sua própria habilidade de discernir e enxergar as coisas de forma piedosa. Se eu posso enxergar acuradamente cada situação, mas não tenho amor, eu sou nada.
6-Restrinja o desejo de transmitir seus sentimentos feridos
Agora, especialmente em situações como abuso ou atividade criminal, o indivíduo violado pode ser ajudado compartilhando sua dor. Eles devem fazer isso por propósitos construtivos.
No entanto, temos que ser cuidadosos. Na maioria das situações, compartilhar como nos sentimos pode muitas vezes mascarar um desejo por continuar fervendo nosso ressentimento. Isso nos faz sentir bem, quando outros chegam, partilham da nossa festa de autopiedade, são hipnotizados por isso e tomam o nosso lado. Todo mundo fica do lado do desfavorecido. É exatamente por isso que temos que realmente lutar contra essa tática manipuladora.
Um dos maiores perigos que enfrentamos em brigas de relacionamento é acreditar em nossos sentimentos feridos. Eles são poderosos contra aquele cuja mente é sem discernimento e que possui fortes apelos carnais. Minha dor se torna o padrão pelo qual as conclusões são feitas. “Você me feriu, então você deve [insira uma exigência egoísta]. Eu estou machucado, portanto, eu não posso confiar [o que quer dizer “amar”] você”. Não estamos regojizantes porque Jesus não nos abordou dessa forma ao descer dos céus, obedecendo a lei, e assumindo ele mesmo a ira de Deus por nós na cruz?
Nós podemos levar nossa dor a Jesus (Hb. 4.14-16). Mas, mesmo assim, lembre-se que Jesus não é nosso recipiente de vômito verbal ou nosso psicólogo cósmico. Certamente podemos compartilhar com ele nossas lutas, enquanto lembramos que a sua agenda é, assim como deveria ser a nossa, nossa santificação progressiva. Com exceção do nosso Senhor, não deveríamos sair transmitindo nossos sentimentos sobre a o problema. Sentimentos feridos não são uma questão para repetição, mas para arrependimento.
Além disso, devemos ser cuidadosos em permanecer muito com a ideia de que nossos sentimentos feridos são obra de alguém. A presença de nossos sentimentos feridos não significa automaticamente que alguém cometeu um erro. Nós podemos estar machucados e ofendidos porque temos uma visão inflada de nós mesmos, e nosso orgulho foi atingido. Nós podemos estar feridos por ter já formulado uma visão negativa de alguém, e então ter pecaminosamente filtrado o que nos foi dito, apesar de ter sido algo biblicamente permitido. Ou então podemos estar feridos por sermos demasiadamente orgulhosos para conseguir receber conselhos e críticas.
Se não formos cautelosos, nossos sentimentos feridos podem começar a formar nossa identidade. O que pode acontecer é, mesmo que só por um período da vida: ouvirmos tanto a nossa carne que começamos a acreditar nela. Ao chegar nesse ponto, quando “fulano de tal” parece estar nos ferindo mais e mais, pode ser que, na verdade, os nossos sentimentos feridos estão nos ferindo: nosso hiper foco sentimental combinado com uma postura de acreditar no pior em relação aos outros combinado com a interpretação de todas as coisas como “eles me machucam”. Na realidade, no entanto, nosso próprio orgulho é o que continua a nos ferir.
7-Olhe para o exemplo de Cristo
Hebreus 12:”2. tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.3. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem.”
8-Estenda o perdão que Deus estendeu a você
Nada é tão libertador e abençoador quanto o perdão pois este faz assepsia da alma
DEUS ABENÇOE