Na inédita decisão entre dois times ingleses que valeu o título da Supercopa da Europa, o Liverpool levou a melhor ao vencer o Chelsea nos pênaltis, por 5 a 4, depois de empate por 2 a 2 (1 a 1 no tempo normal e depois na prorrogação), nesta quarta-feira, em Istambul, na Turquia, onde ganhou pela quarta vez o troféu deste torneio.
O Liverpool não conquistava desde 2005 a taça desta competição, que reúne os atuais campeões europeus e da Liga da Europa. Antes disso, triunfou em decisões disputadas em 1977 e 2001, sendo que ainda foi vice em 1978 e 1984. Já o clube de Londres desperdiçou a oportunidade de ganhar a sua segunda Supercopa europeia, que a equipe só conseguiu alcançar em 1998, antes de também ser derrotado na final em 2012 e 2013.
Nestas duas últimas ocasiões, o ídolo Frank Lampard, hoje treinador do Chelsea, atuou como capitão da equipe inglesa. E essa foi a segunda decepção consecutiva amargada pelo ex-meio-campista em apenas quatro dias, pois no último domingo o seu time foi goleado por 4 a 0 pelo Manchester United, no estádio Old Trafford, na estreia pelo Campeonato Inglês.
Já a equipe comandada pelo alemão Jürgen Klopp comemorou o seu primeiro título nesta temporada 2019/2020, na qual deixou escapar, justamente em uma disputa por pênaltis, o troféu da Supercopa da Inglaterra no último dia 4. Na ocasião, os atuais campeões continentais foram superados pelo Manchester City depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal, no estádio de Wembley, em Londres.
O DUELO – No confronto realizado nesta quarta no Vodafone Park, estádio do Besiktas, o Liverpool contou com o apoio de grande maioria de torcedores nas arquibancadas e começou com um volume de jogo muito maior, sendo dominante nos primeiros 15 minutos, pressionando o Chelsea em seu campo. Nas investida ofensiva inicial mais perigosa, aos 4, o time dirigido por Jürgen Klopp primeiro assustou em um bicicleta de Mané em que a bola bateu na mão de Christensen, mas a árbitra do jogo, a francesa Stephanie Frappart, não considerou penalidade o lance.
No minuto seguinte, o holandês Van Dijk cabeceou e obrigou Kepa a fazer a sua primeira defesa. E o goleiro espanhol voltou a trabalhar em uma finalização cruzada do brasileiro Fabinho aos 8 Mas chance ainda melhor de marcar teve Salah, que recebeu ótimo lançamento de Chamberlain e, livre pelo lado direito da grande área, parou em boa intervenção de Kepa.
O novo susto pareceu ter acordado o Chelsea, que finalmente começou a incomodar a defesa do Liverpool. E por pouco o time não abriu o placar em duas boas tramas ofensivas, sendo a primeira delas aos 16 minutos, com Giroud finalizando à esquerda de Adrián, goleiro espanhol que foi escalado como substituto do brasileiro Alisson, lesionado em sua estreia no Campeonato Inglês. Pouco depois, aos 21, Pedro invadiu a grande área pela esquerda e acertou o travessão em forte arremate cruzado.
E o time londrino acabou encontrando o caminho do gol aos 35 minutos. Após receber uma bola na intermediária ofensiva, o meia norte-americano Christian Pulisic deu lindo passe entre os defensores do Liverpool e deixou Giroud em ótimas condições para marcar. E, com categoria, o atacante francês tocou no canto esquerdo baixo de Adrián.
Empolgado, o Chelsea chegou a ampliar o placar aos 39 minutos, quando Pulisic foi lançado por Emerson nas costas da zaga, cortou a marcação para o meio e chutou forte no canto direito baixo do goleiro. Porém, o meio-campista estava impedido no início do lance, em irregularidade que só foi confirmada após a juíza acionar o VAR (árbitro de vídeo).
BRASILEIROS COMEÇAM A DECIDIR – Os atuais campeões europeus, porém, buscaram o empate pouco depois do intervalo, aos 3 minutos da etapa final, em uma jogada com participação decisiva de dois brasileiros. Fabinho aproveitou uma bola sobrada perto da grande área e deu belo passe de primeira por cima da zaga para Firmino, que escorou antes da chegada de Kepa no abafa e deixou Mané livre para apenas completar para as redes.
E Firmino havia acabado de entrar no lugar de Oxlade-Chamberlain, que foi sacado por Klopp na volta para o segundo tempo. Depois do empate, entretanto, os dois times passaram a sofrer mais para criar jogadas ofensivas e, em meio ao início de suas pré-temporadas, exibiram um pouco de cansaço. Neste contexto, Klopp procurou dar um pouco mais de gás ao seu meio-campo, tirando Milner e colocando Wijnaldum aos 18 minutos
Pelo lado do Chelsea, Lampard resolveu substituir dois jogadores de uma vez só, trocando Giroud e Pulisic respectivamente por Abraham e Mount, aos 28. E já no minuto seguinte, o time londrino se salvou de levar a virada no placar ao contar com dois “milagres” de Kepa. Salah aproveitou uma bola sobrada após cobrança de escanteio e bateu forte. A bola desviou em um defensor, mas o goleiro conseguiu se esticar todo para defender. No rebote, Van Dijk chutou forte de novo, mas o espanhol fez uma intervenção ainda mais difícil e depois viu a bola explodir no travessão.
O Chelsea respondeu com Mount, que chegou a fazer o segundo gol aos 37 minutos após ser lançado pela esquerda, mas estava em posição de impedimento, assinalado pela arbitragem.
MAIS 2 GOLS NA PRORROGAÇÃO – Assim, a decisão do título acabou indo para prorrogação, na qual o Liverpool conseguiu virar o jogo com um gol já aos 4 minutos. Firmino recebeu lançamento pelo lado esquerdo da grande área e deu novo belo passe para Mané, que vinha de atrás e bateu de primeira para a bola tocar no travessão e entrar no gol.
Ainda na etapa inicial do tempo extra, porém, o Chelsea empatou o jogo aos 10 minutos. A juíza viu pênalti de Adrián em Abraham quando o goleiro tentou fazer uma defesa em um lance cara a cara O brasileiro naturalizado italiano Jorginho foi para a bola e, com paradinha, bateu no canto esquerdo baixo do espanhol, que saía para o outro lado.
E Abraham desperdiçou uma ótima chance de devolver a virada no placar aos 13 minutos, quando recebeu um cruzamento de Pedro da direita e, na pequena área, desviou para fora, com a bola passando muito perto do pé da trave direita de Adrián.
No segundo tempo da prorrogação, o Chelsea parecia estar mais inteiro fisicamente e passou a pressionar o Liverpool, que viu o seu goleiro aparece com grande destaque aos 7 minutos, quando fez bela defesa em uma boa finalização Mount.
E a disputa do título acabou mesmo indo para as penalidades, nas quais Firmino, Fabinho, Origi, Alexander-Arnold e Salah marcaram pelo Liverpool. Jorginho, Barkley, Mount e Emerson balançaram as redes pelo Chelsea, mas Abraham parou em defesa de Adrián na última cobrança e se tornou o maior vilão desta final, pois também perdeu um gol feito durante a prorrogação.