Um levantamento divulgado pela Central única das Favelas (Cufa) nesta quinta-feira (4), data em que é celebrado o “Dia da Favela”, identificou 525 comunidades no estado de São Paulo. Destas, 250 estão na capital paulista.
A maior delas é Heliópolis, que tem mais de 200 mil habitantes e ocupa um milhão de metros quadrados na Zona Sul.
Paraisópolis, também na Zona Sul, é a segunda maior do estado. Centenária, a primeira favela de São Paulo tem hoje cerca de 100 mil habitantes em 330 mil metros quadrados.
Em Heliópolis, iniciativas da sociedade civil ajudam a transformar a comunidade diante da falta de políticas públicas.
“A favela é potente, ela não é carente. Aqui você pôde presenciar hoje várias ações afirmativas positivas de moradores de favela. Então hoje foi o dia da favela se mostrar para o mundo”, diz Marcivan Barreto, presidente estadual da Cufa São Paulo.
Durante a pandemia, o professor de muay thai Fernando Lemos dos Santos decidiu criar um espaço para que crianças jovens pudessem treinar sem pagar nada.
“O esporte te dá disciplina, dá respeito e te direciona. Aqui não tem discriminação racial, preconceito nenhum, aqui nós trabalhamos com inclusão social, com tudo aquilo que venha a ajudar a aproximar a humanidade”, diz.
Outro projeto, o Viva Helipa, distribui alimentos para quem mais precisa.
“A comunidade é isso: a comunidade cuida um do outro, a comunidade sempre é prestativa um com o outro porque a gente vive fora do eixo do poder público. A gente se sente muito afastado de tudo isso. Se não fosse a gente, nessa pandemia muitas famílias teriam passado fome”, diz o líder comunitário Emerson Abreu Santana, conhecido como macarrão.