Déficit
O déficit de profissionais nos quadros da Polícia Civil de São Paulo atingiu número recorde, segundo o sindicato que representa os delegados de polícia no Estado, o Sindpesp. A contagem mensal, que começou a ser realizada em outubro de 2017, aponta a falta de ao menos 15.032 delegados, escrivães, investigadores, agentes policiais, papiloscopistas e auxiliares de papiloscopia.
Em Rio Preto
Na Seccional de Rio Preto, os números de maio apontam uma defasagem de 287 profissionais. Um déficit de 26 delegados e 81 investigadores. O maior desfalque por aqui, no entanto, é de agentes policiais. A Lei prevê 185 profissionais, mas apenas 50 cargos estão ocupados, ou seja, uma diferença negativa de 135.
Pior nível
“O índice atinge o pior nível de sua história em um momento em que o Estado convive com ações deflagradas pelo crime organizado por todo o interior paulista, conhecidas como novo cangaço”, diz nota do Sindpesp, presidido pela delegada Raquel Kobayashi.
Defasômetro
A contagem do número de cargos ocupados em relação ao que prevê a lei é realizada mensalmente pela entidade sindical por meio do Defasômetro e publicada em seu portal www.sindpesp.org.br. “O déficit aumentou vertiginosamente durante o Governo Doria. No início da gestão atual, em janeiro de 2019, o Defasômetro estava em 13.553, ou seja, entre provimentos e baixas, o saldo é negativo em quase 1.5 mil policiais”, afirma Raquel Kobayashi.
Falta investimento
Segundo a delegada, a falta de investimento na Polícia Civil fica evidente pelo déficit, sucateamento das estruturas como delegacias, viaturas e armamentos. “E pelos salários pagos aos policiais, que hoje são os menores entre todos os estados do Brasil.”
Vai contratar 1
O governo de São Paulo informou nesta quinta que fará a contratação de quase três mil policiais civis e técnico-científicos para o Estado. Os profissionais serão selecionados por meio de concursos públicos. A medida foi divulgada no Diário Oficial do Estado (DOE) e o próximo passo será a abertura de edital para que os interessados possam se inscrever para a realização da prova.
Vai contratar 2
As etapas seguintes incluem a seleção dos aprovados, as nomeações e início do curso na Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol), com duração média de seis meses. Para a Polícia Civil serão 2.750 vagas, sendo 250 para o cargo de delegado, 900 para investigador e 1,6 mil para escrivão. As outras 189 vagas serão disponibilizadas para a Polícia Técnico-Científica, para o cargo de médico-legista. A previsão é que os novos policiais estejam aptos para atuação no Estado a partir de 2023.
Maior carência
No Estado como um todo, segundo o Defasômetro, entre os delegados, dos 4.463 cargos existentes, apenas 2.549 estão ocupados. E, números absolutos, a carreira onde faltam mais profissionais é a de investigador, com déficit de 3.648 postos.