Entre os vários alimentos que vêm registrando altas expressivas de preços, o leite é o “vilão” do momento. Em supermercados da região noroeste paulista, o litro do leite longa vida já ultrapassa a casa dos R$ 8,00.
Este ano, desde janeiro, o leite longa vida ficou 28,5% mais caro, segundo dados do IPCA-15, que mede a inflação até o último dia 15 de junho. A alta do produto, em junho, foi de 3,45%, cinco vezes a inflação oficial do período, que ficou em 0,69%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Em 12 meses, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), o preço do leite cobrado pelos produtores acumula elevação de 21,6%.
Parte do aumento se dá em função da entressafra do leite, de março a outubro, o que ocorre todo ano, sem novidade. Outro agravante é o fenômeno La Niña, que vem provocando secas nas regiões produtoras pelo segundo ano consecutivo, além da disparada nos preços dos combustíveis e fertilizantes, por causa da guerra na Ucrânia. Mas além desses fatores, o Dieese também destaca o crescimento das exportações e a queda nas importações, que reduziram a quantidade de leite disponível.
O período seco de inverno tradicionalmente faz os preços do leite subirem, porque o pasto fica mais escasso, prejudicando a produção leiteira. Segundo produtores ouvidos pela Gazeta do Interior, a previsão é de que os preços aumentem ainda mais até setembro.
Renato Maluf é dono de uma rede de supermercados em Potirendaba e fala que, em 12 anos de mercado, nunca presenciou um cenário como este. “Está assustador e infelizmente não há previsão de baixa dos preços tão logo. O leite é um produto bastante consumido e não há como substituir por outra coisa, sendo que todos os derivados também sofreram aumento expressivo”, destaca.
Confira o preço médio em supermercados da região pesquisados pela Gazeta:
Bady Bassitt = R$ 8,49
Guapiaçu = R$ 6,39
Nova Aliança = R$ 7,19
Potirendaba = R$ 6,49
Uchoa = R$ 6,89