A declaração do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, favorável à legalização de drogas leves, como a maconha, reacendeu a discussão sobre o tema na última semana. A polêmica aumentou mais ainda depois que o presidente da OAB do Rio, Wadi Damous também defendeu a descriminalização do usuário. Wadi não considera que o usuário represente mal para a sociedade e defende o endurecimento das regras para o traficante. Em visita ao Congresso Nacional, Sérgio Cabral afirmou que a legalização evitaria uma série de outros problemas.
Nós temos que colocar na balança o custo benefício da proibição das drogas. Até que ponto a proibição das drogas não tem levado muito mais gente a morte do que se houvesse uma discussão pela sua legalização com a presença da Organização Mundial de Saúde, da ONU, dos fóruns internacionais para discutir este tema de maneira verdadeira. O que está acontecendo é o seguinte: por conta da proibição das drogas o tráfico de armas é violento.
O professor de direito penal da Universidade de Brasília, Aldo de Campos Costa é contra a legalização. Mesmo assim, considera que o uso privado da droga não traz males, desde que não afete outras pessoas. Para o professor, a melhor solução é o uso consciente. Ele compara a droga ao álcool.
Você pode se embriagar à vontade. Não há lei nenhuma que proíba. Muito pelo contrário. Se você quiser se matar, você pode se matar. Se você quiser se embriagar você pode se embriagar. Mas, a partir de momento que você sem embriaga e dirige um veículo, você acaba colocando em risco a vida de outras pessoas, a segurança de outras e essa é uma conduta que é proibida pelo nosso direito.
Segundo dados do relatório mundial de drogas da ONU, a maconha é a droga mais consumida no mundo, com 200 milhões de usuários. Os dados também revelam que a produção mundial de maconha é de 45 mil toneladas. No Brasil, cerca de um por cento da população faz uso da droga.
