A Justiça federal teme que empresários envolvidos com a máfia da sonegação de impostos na compra de gado e venda de carne, sem recolhimento de impostos, fujam para o exterior.
Por isso, a juíza Rosa Maria Pedrassi de Souza, da Vara Federal de Jales, prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária dos líderes do esquema.
A decisão foi tomada com base em gravações telefônicas feitas por agentes da Polícia Federal com autorização da Justiça, pouco antes das prisões, semana passada.
Numa ligação ao Frigorífico Mozaquatro, o empresário Marcelo Mozaquatro pede para um dos funcionários que escondesse o seu passaporte e computador pessoal.
A Polícia Federal entendeu que o diálogo revela que Marcelo e outros acusados podem fugir do país caso ganhem a liberdade.
Um risco apontado pelo Ministério Público Federal são ameaças que estariam sendo feitas por pessoas ligadas aos líderes do esquema contra testemunhas.
Nos levantamentos da PF o esquema integrado por Mozaquatro, o Frigorífico Itarumã e outras dezenas de empresas sonegou R$ 1 bilhão de reais em impostos.
Para o Ministério Público, os empresários envolvidos são de alta influência e periculosidade.
Loc 1 -0 No relatório apresentado à Justiça, os promotores que acompanham o caso relatam que o empresário jalesense João Carlos Altomari usou de influência para deixar a cadeia de Indiaporã um dia após ser preso, sem autorização.
Ele teria sido levado a um hospital da cidade sem escola da Polícia Federal e sem autorização da Justiça – apenas autorizado pela delegada Eda Leci Honorato, que dirige a cadeia.
Para a delegada Eda Honorato, a transferência de Altomari foi normal, como ocorre com todos os presos que apresentam problemas de saúde.