Vários processos de estupro de vulneráveis (crianças) estão em andamento no Fórum de Votuporanga, alguns já com os abusadores presos. Em dois deles, a Justiça negou a liberdade dos réus na última sexta-feira (9), após pedidos das defesas. Eles continuam presos enquanto aguardam sentença final.
Assim como ocorre em 70% dos abusos a crianças no Brasil, esses acusados de Votuporanga também agiram contra membros da própria família: um é padrasto e o outro é tio, mas os réus não têm parentesco entre si.
O tio foi denunciado após a descoberta de abuso contra uma sobrinha. Durante o processo, outra sobrinha também revelou abusos do mesmo tio.
Já o padrasto é acusado de praticar atos libidinosos contra a enteada por vários anos, desde que ela tinha 8 anos de idade.
Em ambos os casos as vítimas sofreram, além da violência sexual, grave danos psicológicos e emocionais e são atendidas no setor de saúde. Especialistas recomendam profunda atenção dos pais e familiares ao comportamento das crianças. E, em caso alterações, procurar ajuda para esclarecer o motivo. Essa é uma forma de descobrir eventuais abusos dentro ou fora do lar.
TRISTES NÚMEROS
Dados do Disque 100 divulgados em 2019 pela Agência Brasil mostraram que, foram registradas um total de 17.093 denúncias de violência sexual contra menores de idade. A maior parte delas é de abuso sexual (13.418 casos), mas há denúncias também de exploração sexual (3.675). Os números mostram que mais de 70% dos casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são praticados por pais, mães, padrastos ou outros parentes das vítimas.
Em mais de 70% dos registros, a violência foi cometida na casa do abusador ou da vítima.