A Justiça de Santa Adélia decidiu manter presa a mulher que usava, há três meses na Santa Casa de Ibirá, um CRM furtado de uma médica de São Paulo.
Kelly Regiane Queiroz, de 41 anos, que deve ser transferida para um presídio da região ainda nesta tarde, foi presa na última segunda-feira (23), depois da própria instituição acionar a Polícia Civil.
No dia da prisão, o delegado de Ibirá arbitrou fiança de R$ 5 mil que não foi apresentada pela suposta médica e ela desde então está presa na cadeia de Santa Adélia. Devido à gravidade do caso e por ela já ter antecedentes criminais por estelionato, o juiz da cidade, Eduardo de França Helena, decidiu manter a prisão da mulher na tarde desta última terça-feira (24/10), durante audiência de custódia.
A audiência de custódia é o instrumento processual que determina que todo preso em flagrante deve ser levado à presença da autoridade judicial, no prazo de 24 horas, para que ela avalie a legalidade e necessidade de manutenção da prisão. Agora Kelly que responde por exercício ilegal da medicina e falsa identidade, pode permanecer presa até o julgamento, e, caso seja condenada, pode pegar até 12 anos de prisão.
Ela se passava por clínica geral em Ibirá e o atendimento prestado pela suposta profissional dividia opiniões. Muitos diziam gostar dela e outros não, já que ela passava boa parte da consulta mexendo no celular.
“A gente nunca desconfiaria se ela era médica ou não, pois eu fui atacada por um escorpião e ela acertou minha medicação e conseguiu me tratar”, diz uma dona de casa de 24 anos que prefere não se identificar.
“Ela ficava o tempo todo da consulta mexendo no celular e nem atenção para o paciente ela dava”, diz o pintor, Luis Augusto Iani. Ao ser presa, Kelly disse que era formada na Bolívia e que não conseguia passar na prova de revalidação para exercer a medicina no Brasil.
Kelly usava o CRM da dermatologista de São Paulo, Kelly Queiroz Cardoso, que teve sua bolsa furtada em fevereiro do ano passado na capital. Dentro da bolsa tinha o carimbo com o CRM de Kelly e documentos pessoais.
A suspeita contou ainda que comprou os objetos de uma pessoa para atuar como médica em Ibirá. Além do carimbo, a polícia apreendeu também o jaleco bordado o nome da médica.