sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Justiça manda libertar os quatro presos pelo incêndio na boate Kiss

A Justiça gaúcha concedeu nesta quarta-feira (29) a liberdade provisória pra quatro acusados de irregularidades que provocaram o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. A tragédia matou 242 pessoas…

A Justiça gaúcha concedeu nesta quarta-feira (29) a liberdade provisória pra quatro acusados de irregularidades que provocaram o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria. A tragédia matou 242 pessoas no fim de janeiro.
Parentes e amigos das vítimas levaram as fotos de quem perdeu a vida na tragédia para o tribunal.

Por unanimidade, os desembargadores resolveram soltar réus: os dois sócios da Boate Kiss, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr e os dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão e Marcelo Jesus dos Santos, que cumpriam prisão provisória há quatro meses.

Para os desembargadores não havia mais motivo para os acusados permanecerem presos. Eles não são considerados perigosos pela Justiça e, segundo o tribunal, a liberdade dos réus não prejudica o andamento do processo.
“Os desembargadores entenderam que o melhor agora é a soltura, para que o processo possa andar de maneira mais tranquila, para que não haja pedidos de habeas corpus, tanta dificuldade na tramitação processual”, afirmou Jader Marques, advogado de Elissandro.

A decisão revoltou os parentes. “Não existe justiça neste país. Estou envergonhado de ser brasileiro”, ressaltou Adherbal Ferreira, presidente da Associação de Familiares das Vítimas.
Inconformados, eles bloquearam por alguns minutos, a avenida em frente ao tribunal.

O incêndio na boate Kiss deixou 242 mortos. A investigação concluiu que o fogo começou depois que o vocalista da banda utilizou um artefato pirotécnico no palco.

A casa estava com alvará vencido e os investigadores encontraram falhas no esquema de segurança.

A Justiça aceitou a denúncia contra oito pessoas por várias irregularidades, mas só os quatro estavam presos.
“O nosso maior medo é a fuga deles para outro país, porque são pessoas de bom poder aquisitivo e é fácil cruzar a fronteira aqui no Rio Grande do Sul”, destacou Carlos Stoever, advogado da Associação de Familiares das Vítimas.
Os passaportes dos quatro acusados vão ficar retidos pela Justiça.

O alvará de soltura chegou a Santa Maria no fim da tarde de quarta e eles devem ser soltos ainda nesta quarta.

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