A Justiça decretou nesta sexta-feira (27) a prisão temporária de Umberto Vieira Ghilarducci, de 43 anos, tutor do bull terrier que atacou e arrancou o focinho de Fox, um cachorro da raça spitz alemão que morreu na última quarta-feira (25) por complicações de saúde pelo ataque.
O mandado de prisão temporária foi expedido pela Justiça após pedido da Polícia Civil, que investiga o caso. O homem é considerado foragido pela Justiça.
No documento, assinado pela juíza Beatriz Afonso Pascoal Queiroz, da 3ª Vara Criminal do Foro de São José dos Campos, a magistrada argumenta que “os elementos informativos convencem de que o investigado é pessoa agressiva, que usa o próprio cão (eventualmente também vítima de maus-tratos) como instrumento do crime”.
A juíza afirma também que “o cãozinho Fox foi atacado nos limites da própria residência pelo cão do investigado, que estava sem focinheira, conduta que, segundos informes, era corriqueira. Há relatos de fatos semelhantes pretéritos envolvendo o investigado, de que ele está intimidando as tutoras do cão e outras testemunhas e de que está se esquivando da polícia”.
Por fim, a juíza decreta a prisão preventiva de Umberto e determina que o cão da raça bull terrier do homem seja apreendido pela polícia.
O g1 tenta contato com Umberto. Se ele ou a defesa se manifestarem, a matéria será atualizada.
Investigação
O caso, que comoveu o país, aconteceu no dia 9 de outubro, em São José dos Campos (SP). Fox perdeu o focinho no ataque e ficou mais de duas semanas lutando pela sobrevivência – leia detalhes abaixo.
O homem tem 43 anos e é investigado pela Polícia Civil por crueldade contra animais, crime que pode render pena de até cinco anos de prisão e multa ao tutor do bull terrier.
A corporação abriu um inquérito para investigar o caso. O objetivo é apurar a responsabilidade do tutor do cão que atacou Fox.
Em entrevista ao g1 no último domingo (22), a delegada responsável pelo caso, Maura Braga, afirmou que o inquérito estava em fase final.
“Ouvimos várias testemunhas do caso, as tutoras do Fox e analisamos várias imagens de câmeras de segurança para auxiliar na investigação. Ainda solicitei uma análise comportamental (bull terrier) para entendermos o comportamento do animal”, explicou a delegada.
“Precisamos entender se o homem usou o animal como uma arma, já que identificamos que essa não é a primeira vez que o bull terrier ataca outro cachorro. O animal não pode ser responsabilizado, mas queremos entender se o tutor incentiva esse tipo de comportamento”, disse Braga.
Morte
Fox, o cão da raça Spitz Alemão que perdeu o focinho após ser atacado por um Bull Terrier, morreu no início da tarde desta quarta-feira (25) por conta das complicações das lesões sofridas no ataque.
A informação da morte do cachorro foi confirmada por Sofia Albuquerque, tutora do animal. Nas redes sociais, a jovem lamentou a morte de Fox e disse que fez tudo o que podia para salvá-lo.
“Eu fiz tudo que eu pude. Eu vivi por você todos esses dias. Mas eu não consegui evitar que te arrancassem de mim! Eu te amo e vou te honrar. #LutoPeloFox”, disse Sofia em uma publicação no Instagram.
No início da semana, o g1 já havia noticiado a piora no estado de saúde de Fox, que seguia internado em Unidade de Tratamento Intensiva (UTI).
De acordo com Sofia, como o cão perdeu o focinho, passou a enfrentar muita dificuldade para respirar. Ele estava internado há mais de duas semanas. Primeiro, foi levado a uma clínica de São José, onde ficou os primeiros 10 dias.
Depois, foi transferido para uma unidade da capital paulista, onde passou a receber tratamento especializado, mas não resistiu e morreu.
Ataque
Um cachorro da raça Spitz Alemão perdeu o focinho após ser atacado por um cão da raça Bull Terrier em São José dos Campos. O episódio viralizou nas redes sociais e é investigado pela Polícia Civil, que apura a responsabilidade do tutor do cão envolvido no ataque.
O caso aconteceu na Rua Professor José Antônio Coutinho Condino, no Jardim América, e foi denunciado pela tutora de Fox, que foi atacado. Desde então, o Spitz Alemão estava internado.
“Ficamos em pânico, totalmente sem reação e a gente basicamente só gritava. O sentimento que a gente teve foi de pânico porque a gente nunca imaginou na nossa vida que alguma coisa dessa aconteceria”, afirmou Sofia Albuquerque, tutora de Fox.