O Brasil negou a extradição de Robinho à Itália, informou a agência “Ansa”, na manhã desta quinta-feira, 3. De acordo com o veículo de comunicação italiano, a decisão se baseia no artigo 5 da Constituição Federal, que veta a transferência de cidadãos brasileiros condenados – o ex-atacante do Santos e da seleção brasileira foi sentenciado a nove anos de prisão por participar de um estupro contra uma jovem albanesa, em uma boate de Milão, em 2013. O pedido de extradição, vale lembrar, foi realizado pelo Ministério da Justiça italiano, em outubro deste ano, cerca de nove meses depois da confirmação da sentença de Robinho pela Suprema Corte do país europeu.
Com a recusa, o ex-jogador só pode ser detido caso decida deixar o Brasil e ir para outros países. Outra possibilidade é a solicitação por parte dos italianos de prisão em território brasileiro.
Robinho e e seu amigo Ricardo Falco foram condenados em última instância no dia 19 de janeiro deste ano pela Corte de Cassação de Roma, ordenamento equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil. Além da dupla, outros quatro brasileiros participaram dos atos, mas, como deixaram a Itália durante as investigações, não foram informados sobre o fim do procedimento e, consequentemente, ainda não foram processados. Durante as investigações, as autoridades locais afirmam que o atacante e seus amigos demonstram “desprezo” pela vítima, uma jovem albanesa que estava comemorando o seu aniversário, mas que acabou sofrendo um estupro coletivo. “O fato é extremamente grave pela modalidade, número de pessoas envolvidas e o particular desprezo manifestado no confronto da vítima, que foi brutalmente humilhada e usada para o próprio prazer pessoal”, escreveu a magistrada italiana Francesa Vitale, referindo-se a Robinho, na condenação em segunda instância.
Atualmente com 38 anos, Robinho não entra em campo desde 2019, quando defendida o İstanbul Başakşehir (Turquia). Em 2020, o jogador chegou a ser anunciado pelo Santos, mas viu o negócio “melar” após a revolta da torcida e de patrocinadores. Revelado no time da Baixada, ele se destacou com a camisa do Peixe, sendo bicampeão brasileiro em 2002 e 2004. Negociado em 2005, o atacante migrou para o Real Madrid e ainda passou por Manchester City e Milan entre os grandes clubes na Europa. No exterior, o jogador ainda vestiu as cores do Guangzhou Evergrande (China) e dos turcos Sivasspor e İstanbul Başakşehir. Já no Brasil, o atleta também teve rápida passagem pelo Atlético-MG. Nos últimos meses, Robinho passou a ser mais discreto, evitando entrevistas e não utilizando as redes sociais.
A exceção aconteceu quando voltou a usar o Instagram após nove meses para apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Após a derrota de seu candidato preferido, ele foi flagrado nas ruas, na última quarta-feira, 2 em manifestação que contesta a vitória de Lula (PT), eleito com 50,8% dos votos válidos.