domingo, 24 de novembro de 2024
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Justiça afasta provedor de Santa Casa por ilegalidades

Uma operação da Delegacia Fazendária da Polícia Civil e do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão na residência do…

Uma operação da Delegacia Fazendária da Polícia Civil e do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro resultou no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão na residência do provedor da Santa Casa da Misericórdia do Rio, o advogado Dahas Zarur.

Também foram feitas apreensões de documentos em 13 cemitérios geridos pela instituição. A ação contou com 50 policiais civis e cinco delegados e faz parte do inquérito que investiga a venda ilegal de jazigos e o patrimônio de Zarur.

A Justiça determinou também o afastamento do advogado do cargo de provedor da Santa Casa, bem como o bloqueio de seus bens imóveis e de suas contas bancárias. O promotor de Justiça Alexander Araújo de Souza, da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal do MP, explicou que o objetivo é investigar indícios de lavagem de dinheiro e venda ilegal de imóveis da Santa Casa e se ocorreu transferência ilegal de patrimônio da entidade para Zarur ou pessoas ligadas a ele.

“O MP requereu uma série de medidas cautelares à Justiça, dentre as quais a quebra de sigilo bancário e fiscal, indisponibilidade de bens, o afastamento do dele (Dahas Zarur), para não prejudicar as investigações, e o pedido de prisão. Desse pedidos todos, só a prisão foi indeferida. A partir de uma reportagem no programa Fantástico (da Rede Globo, sobre venda irregular de sepulturas), viu-se que havia indícios de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, crimes contra o consumidor e vendas ilegais de imóveis da Santa Casa, por intermédio do provedor”, disse o promotor.

Segundo Souza, a quebra de sigilos fiscal e bancário objetiva saber se houve entrada ilegal de bens no patrimônio do provedor, pois a venda de imóveis pode ter sido feita de forma ilegal. “A venda deveria passar por uma mesa diretora para ter um procedimento regular, com autorização dos membros, e se constatou que isso não ocorria e sequer havia registro dessas transações lá na Santa Casa”, declarou.

A Santa Casa foi procurada para comentar as investigações, mas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ninguém falaria no momento. “A Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro foi surpreendida na manhã desta quinta-feira com a invasão de policiais civis com mandados de busca e apreensão e afastamento temporário de seu provedor. Assim, nas próximas horas, os advogados de Dahas Chade Zarur e do contencioso da Santa Casa recorrerão da decisão judicial”, disse a instituição, por meio de nota.

Em função das dificuldades financeiras da instituição, os coveiros de três dos principais cemitérios administrados pela Santa Casa (Inhaúma, Caju e Irajá) estão com os salários atrasados e decidiram entrar em greve. A paralisação tem causado transtorno, principalmente para as famílias mais pobres, que não têm dinheiro para enterrar os parentes em cemitérios particulares. “A Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro passa por uma crise financeira crônica desde que foi descredenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a instituição está providenciando para que os pagamentos sejam feitos o mais rápido possível”, informou a Santa Casa.

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