A jovem de 21 anos que denunciou o companheiro por lesão corporal e violência doméstica na quinta-feira (5), em São José do Rio Preto (SP), disse, em entrevista à TV TEM, que vivia em um relacionamento abusivo desde 2020 e que já teria sido agredida fisicamente.
“A primeira vez que ele me agrediu foi no final de 2020. Na primeira agressão, eu denunciei, mas acabei retirando a queixa, achando que ele ia melhorar, que ia dar certo. Eu estava grávida e não sabia o que fazer. Achei que ninguém ia me ajudar. Acabei voltando. Nesse meio tempo, tinha acabado de tirar a denúncia e foi quando aconteceu a violência”, disse.
A vítima afirmou ainda que o suspeito era muito ciumento.
“Não deixava fazer nada. Tudo ocorreu por conta de um moço que foi me ajudar a levar umas compras para dentro de casa. Ele não gostou que o rapaz tinha me ajudado, porque eu estava com a neném no colo. Ela tem nove meses e não sabe andar ainda. Ele ficou com ciúmes e voltou a me machucar, me bater, me dar soco, puxar meu cabelo. Eu cheguei a ficar presa em casa. Ele me trancou e não pude sair. Tomou meu celular. Fiquei presa por horas. Não sabia o que fazer, fiquei desesperada”, explicou.
A mulher conta que também foi agredida enquanto foi mantida trancada em casa. “Durante esses dias que eu fique lá, ele chegou a quebrar pratos na cozinha e a me ameaçar com uma faca. Fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Ele me empurrando para passar por cima dos cacos. Eu chorando e pedindo misericórdia. Ele é muito frio, continuava batendo sem dó, vendo eu chorando, pedindo misericórdia, e ele continuava.”
Na noite de quinta-feira, a tia da vítima ligou para saber se estava tudo bem com ela.
“Eu estava em casa, e ele estava com ciúmes de mim, porque eu tinha acabado de descer no ponto de ônibus e um rapaz que era nosso vizinho desceu atrás. Ele começou a gritar comigo no meio da rua, perguntando por que ele estava atrás de mim, com ciúmes, querendo machucar o cara e começou a discutir no meio da rua. Entramos em casa e discutimos. Pela divina graça de Deus, meu primo estava sentado lá fora e viu que nós tínhamos discutido. Ele decidiu esperar e viu que não estava normal. Na frente dos parentes, ele era um amor.”
Ela contou, em entrevista à TV TEM que o suspeito teria agredido também a filha de nove meses.
“A gente entrou e começou a discutir. Ele me agrediu, me bateu. A mãe dele, antes disso tudo, trouxe minha filha, pois ela cuida da minha filha enquanto eu trabalho. Eu colocando minha filha em cima da cama enquanto a gente tentava conversar. Minha filha chorando e ele bateu na nela. Ela tem nove meses e foi espancada.”
A vítima também disse que não pretende voltar para a casa onde vivia. “Não pretendo voltar para lá. Foi uma das coisas mais difíceis. Três anos com a pessoa e a gente nunca imagina. A gente se ilude achando que a pessoa ama a gente, a gente fica se iludindo. Ele também foi muito manipulador comigo. Se não tivesse a orientação da tia e dos parentes para denunciar, não sei.”
De acordo com o registro policial, uma medida protetiva foi pedida contra o agressor. Ninguém foi preso até o momento e o caso será investigado.