Uma estudante universitária de 18 anos, que não quer ter seu nome revelado, está processando o Estado do Amazonas por ter sido colocada dentro de uma cela durante 14 horas com dois homens. Sua mãe relata que, no mesmo dia, duas outras mulheres foram presas pouco antes de ela ter sido liberada, por pressão e pagamento de fiança por sua família.
O caso aconteceu em março deste ano em Manaus, capital do Amazonas. Segundo José Carlos Valim, advogado da família, a denúncia será apresentada ao Ministério Público do Estado. O caso é divulgado duas semanas após a denúncia de que a menor L., de 15 anos, ficou 24 dias presa em uma cela com 20 homens no município de Abaetetuba, no interior do Pará.
Os abusos causaram revolta em todo o País. Na sexta-feira, 30, a Procuradoria-Geral de Justiça do Pará e a Corregedoria do órgão concluíram, após visita dos representantes a Abaetetuba, que o Ministério Público (MP) do Estado não teve nenhuma responsabilidade pela violência física, moral e sexual sofrida por L., que foi estuprada no período em que ficou presa em uma cela masculina.
O MP negou que tivesse conhecimento prévio da situação em que se encontrava a menor na delegacia. Os procuradores receberam documentos que comprovariam que mutirões realizados na cidade são feitos dentro das dependências do Fórum, “não implicando em deslocamento de promotores até a delegacia”, uma vez que o objetivo deles seria “dar andamento célere aos processos de réus presos”.