sexta, 22 de novembro de 2024
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Jovem morre, e médicos suspeitam de uso de remédio para emagrecer

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto (SP) abriu sindicância interna para apurar se houve negligência médica no atendimento da adolescente Rhaissa Gabriela Alvarenga Costa Araújo, de 16 anos. Ela…

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto (SP) abriu sindicância interna para apurar se houve negligência médica no atendimento da adolescente Rhaissa Gabriela Alvarenga Costa Araújo, de 16 anos. Ela morreu na quarta-feira (6) na Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) do Castelo Branco de parada cardíaca. A jovem era obesa e supostamente tomava remédio para emagrecer (tinha 1,67 metro e pesava 96 quilos). Desde sábado, ela tinha taquicardia, foi atendida em postos de saúde e até internada na Santa Casa local, mas liberada depois.

O medicamento pode ser uma das causas da morte. A mãe de Rhaissa, Kátia Elizabeth da Costa, afirmou que a filha não teve overdose (por automedicação) e o problema dela seria pulmonar – não cardíaco ou psicológico, como teriam dito os médicos.

A adolescente foi internada sábado na Santa Casa, depois que passou pela UBDS do Castelo Branco. O quadro era de taquicardia, desconforto e irritabilidade, segundo informou o secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Oswaldo Cruz Franco.

A irritabilidade seria atribuída ao medicamento sibutramina (princípio ativo do medicamento que combate a obesidade), que age no sistema nervoso central e, em algumas pessoas, apresenta efeitos colaterais, como insônia, mal-estar e taquicardia.

Franco citou que o médico particular da jovem teria recomendado a interrupção do medicamento, mas que não sabe se isso ocorreu de fato. A mãe informou que ela mesma levava apenas um comprimido por dia para Rhaissa na escola e alega que o remédio é um antidepressivo.

Parada
Na terça-feira, Rhaissa voltou a ser atendida num posto de saúde, desta vez na Vila Virgínia, sendo encaminhada novamente à Santa Casa. Ela retornou pra casa após o atendimento e voltou à UBDS do Castelo Branco na quarta às 4h15, quando teve uma irreversível parada cardiorrespiratória. Ela faleceu às 6h50.

O corpo de Rhaíssa foi levado para necropsia no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) e houve coleta de material até para exame toxicológico. Os resultados dos exames devem sair em cerca de 30 dias, segundo Franco.

Segundo Kátia, sua filha era paciente dos postos de saúde do município desde a infância, pois até os 13 anos tinha bronquite. Nos últimos quatro meses, Rhaissa começou a engordar muito e, com o medicamento, perdeu 7 quilos em 45 dias. Kátia disse que ouviu dos médicos, em duas ocasiões, que o problema da filha seria “psicológico” e não pulmonar, como ela tinha sugerido, devido ao quadro antigo de bronquite da adolescente.

Por isso, ela registrou um boletim de ocorrência no 8º DP para que o caso seja investigado também pela polícia. A sindicância interna da Secretaria de Saúde deverá ficar pronta em cerca de três meses. Pela investigação inicial, Franco informa que não houve falhas nos atendimentos. “Ela foi atendida por várias equipes”, explicou.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) deve abrir um procedimento interno para avaliar a conduta médica.

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