Um jovem preso acusado de matar um motociclista atropelado a mando do pai vai a júri popular no próximo dia 8 de outubro em Votuporanga. Ele e o pai são acusados de protagonizarem a morte de um idoso, no bairro Parque das Nações, em 2018.
O jovem Gabriel Alves Cordeiro, de 18 anos, teria provocado a morte da vítima, que estava de motocicleta, ao atropelar o homem com um carro. O pai dele responde pela acusação em outro processo.
Após a morte de Jair Comino, 63 anos, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) descobriu que ele foi atropelado propositadamente pelo jovem, tendo sido induzido pelo pai, Luciano Pocebom Cordeiro.
De acordo com a sentença de pronuncia dos réus, a morte do motociclista foi tramada após uma discussão dele e Luciano, em um bar. “..induziu o filho, Gabriel Alves Cordeiro , por motivo fútil (discussão num bar) e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, a colidir, de forma proposital, seu automóvel contra a traseira da motocicleta conduzida por Jair Comino, que não esperava a manobra e faleceu em razão das lesões”, diz trecho do processo. A discussão teria ocorrido por causa de jogo de bilhar.
Na fase de instrução processual foram interrogadas 16 pessoas, entre elas testemunhas e os próprios réus. Também foram realizadas perícias nos veículos e no celular dos envolvidos. Em uma mensagem no aparelho do jovem a polícia descobriu o desespero dele ao ser descoberto, em conversas por aplicativo.
Segundo o apurado no processo pelo VotuporangaTudo pai e filho negaram a prática do crime. Luciano disse que pediu para o filho busca-lo no bar após a discussão com Jair, que estaria armado. Ele alegou que ficou com medo e pediu carona ao filho. Já o motorista declarou ter seguido Jair (que pilotava a moto) para anotar a placa da moto e chamar a polícia, tendo em vista ele estar armado, tendo o motociclista caído sozinho e eles fugiram do local para evitar problemas.
Pai e filho foram pronunciados pelo juiz criminal, Jorge Canil. Eles foram denunciados por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recursos que dificultaram a defesa da vítima). O jovem também responde por dirigir sem permissão, já que não portava habilitação. A defesa é comandada pelo advogado criminalista Douglas Teodoro Fontes e sua equipe.