sexta, 15 de novembro de 2024
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Jornalista debate a volta (ou não) do diploma

O assunto sobre a exigência (ou não) do diploma de jornalista gera polêmica. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou no dia 5 de março, a portaria 22/2007 (que…

O assunto sobre a exigência (ou não) do diploma de jornalista gera polêmica. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou no dia 5 de março, a portaria 22/2007 (que revoga a anterior, 03/2006) que tornava obrigatório o diploma em jornalismo para exercício da profissão. O MTE cumpriu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que vetou resolução do Superior Tribunal de Justiça (STJ) restabelecendo a obrigatoriedade. Com a portaria, as Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs) deverão validar novamente os registros precários até então invalidados. Em um lado estão os que até então não possuem a graduação, mas devido a experiência e talento, ocupam espaço de um profissional que ainda não está incluso no mercado de trabalho. De outro, estão os jornalistas que investiram em uma faculdade, que foram preparados por mestres e professores, e que não entram na área pela falta de oportunidade. O jornalista Paulo Rezende, que participou recentemente de uma aula magna para os estudantes de jornalismo da Unifev (Centro Universitário de Votuporanga), em entrevista para o A Cidade Arte, aponta que este assunto é bastante delicado. Em seu ponto de vista, Rezende analisa que em casos específicos o diploma é obrigatório e necessário, como por exemplo o de um médico. Entretanto, em outros pode ser desnecessário, já que na maioria das vezes a prática diária supera a teoria passada em uma graduação. O jornalista também faz outra análise, desta vez, envolvendo as faculdades que oferecem o curso de Comunicação Social. “Por que você cobraria de um ótimo jornalista para ter diploma que só significaria dinheiro para uma instituição qualquer? Por outro lado, se a faculdade é boa é claro que tem que ter diploma, porque o estudante vai para o mercado mais preparado”, comentou. Sobre a liberação para que os jornalistas assinem e produzem por conta suas matérias, Rezende visualiza que em um futuro não distante o diploma não seja de fato cobrado. “Eu acho que o diploma já acabou, de certa forma. A imprensa tradicional ainda cobra isso, mas qualquer um pode criar o blog, seu site, e divulgar suas idéias e reportagens”, conta.

Excesso de trabalho e múltiplas funções
Sobre a carga de trabalho no qual o jornalista enfrenta diariamente, Paulo Rezende revela que na maioria dos casos os próprios profissionais aceitaram se submeter, seja pelo pelo amor à profissão, ao salário e ao destaque que querem ter, não pensando o quanto pode ser prejudicial em sua vida. “Eu vi muito jornalista virar alcoólatra, ganhando uma merreca e se matando por isso aí. Primeiro porque o jornalista que se propôs a isso e aceitou. Se ninguém aceitar ser explorado, não rolaria. Há o lado ganancioso do empresário e o do jornalista”, falou. Para finalizar, Rezende aborda outro tema que é bastante discutido na comunicação: o sensacionalismo. Ele descreve que este elemento é o ‘tempero especial’ de um texto, mas o jornalista deve ter cuidado ao usar este estilo. “A gente precisa fazer isso. Jornalismo é o espetáculo e precisa vender. Agora, o jornalismo que só valoriza o absurdo, o sangue, esse eu não concordo. Não pode faltar com a verdade”, aconselha.

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