sexta, 15 de novembro de 2024
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Jornal diz que cana-de-açúcar é cultivada por escravos no Brasil

A indústria de etanol no Brasil está apoiada em 200 mil migrantes pobres que trabalham como cortadores de cana-de-açúcar em condições similares à escravidão. A afirmação é do jornal britânico…

A indústria de etanol no Brasil está apoiada em 200 mil migrantes pobres que trabalham como cortadores de cana-de-açúcar em condições similares à escravidão. A afirmação é do jornal britânico The Guardian, em reportagem publicada na sexta-feira.

A publicação ocorreu logo após a visita do presidente dos Estados Unidos George Bush ao Brasil, que tinha como um dos principais temas a produção do etanol. A reportagem do jornal britânico analisa a situação dos trabalhadores rurais de Palmares Paulista, no noroeste paulista.

A reportagem aponta que, no ano passado, o açúcar e o álcool ficaram em segundo lugar na lista dos produtos agrícolas exportados pelo Brasil. Para os próximos seis anos, produtores esperam aumento na produção de 55%.

“De um lado, densas plantações verdes de cana-de-açúcar; de outro, casebres de tijolos aparente, que abrigam centenas de trabalhadores que arriscam suas vidas para as usinas locais”, diz um trecho da reportagem.

O jornal britânico destaca ainda que os cortadores trabalham em turnos de 12 horas sob o sol escaldante, para receber R$ 2 por tonelada de cana cortada. O texto também cita pesquisa da Pastoral do Migrante, que indica 17 mortes causadas por excesso de trabalho ou exaustão nas lavouras de cana.

Entidade vê normalidade
Para o presidente do Sindicato dos Empregados Rurais de Ariranha e Região, José Carlos Bento, os cortadores de cana poderiam ganhar mais, devido aos lucros das usinas, mas as condições não se assemelham à escravidão.

Segundo ele, é preciso preparo físico para trabalhar no corte de cana, mas os bons profissionais recebem até R$ 40 por dia.

Em relação à morte de 17 trabalhadores, Bento afirma que muitos migrantes chegaram doentes aos canaviais, por isso não conseguiram agüentar o ritmo de trabalho exaustivo.

A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) não quis se pronunciar a respeito da reportagem.

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