Uma matéria publicada pelo jornal português Diário de Notícias, um dos mais tradicionais veículos impressos de Portugal, na quarta-feira, 10, chamou a atenção do público brasileiro ao afirmar que há crianças portuguesas que “só falam brasileiro”. O motivo apontado pela publicação seria a influência de youtubers do Brasil, os mais assistidos pelos “miúdos” portugueses, que estariam mudando a forma de falar das crianças.
“Dizem grama em vez de relva, autocarro é ônibus, rebuçado é bala, riscas são listras e leite está na geladeira em vez de no frigorífico. Os educadores notam-no sobretudo depois do confinamento – à conta de muita horas de exposição a conteúdos feitos por youtubers brasileiros. As opiniões de pais, professores e especialistas dividem-se entre a preocupação e os que relativizam, por considerarem tratar-se de uma fase, como aconteceu com as novelas”, diz o jornal português.
O tema se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais no Brasil. Os usuários se dividiram entre aqueles que fizeram piada sobre a matéria, apontando a influência brasileira noticiada como uma espécie de “colonialismo reverso” e fazendo comparações entre termos utilizados em Brasil e Portugal, enquanto outros usuários – tanto brasileiros quanto portugueses – questionaram o teor xenofóbico da publicação, ao se referir ao português falado no Brasil como “brasileiro”, apesar do idioma ser um só.
Outro personagem citado na matéria e repercutido pelas redes foi o youtuber brasileiro Luccas Neto, apresentado pelo Diário de Notícias como um dos mais assistidos em Portugal. Alguns usuários escreveram que o produtor de conteúdo carioca estaria vingando a colonização portuguesa na América.