O governo do Japão considerou nesta quarta-feira que será difícil permitir a entrada de público estrangeiro ao país para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio-2020, entre julho e setembro deste ano, mas frisou ainda não ter tomado uma decisão.
Em conferência de imprensa, Katsunobu Kato, porta-voz do governo, afirmou que a tarefa do executivo é “cuidar da segurança do povo japonês”, sendo a entrada de visitantes estrangeiros para os Jogos complicada devido ao risco de propagação de novas cepas do novo coronavírus.
Kato tinha sido questionado sobre notícias publicadas em dias anteriores pelos meios de comunicação locais, que indicavam que o governo já tinha tomado a decisão de excluir torcedores estrangeiros dos Jogos Olímpicos.
O Comitê Organizador, entretanto, afirmou nesta quarta-feira em um comunicado oficial que a decisão sobre os torcedores estrangeiros “será tomada até ao final do mês e será baseada em fatores que incluem o estado das infecções no Japão e em outros países, possíveis medidas de prevenção de pandemias e conselhos médicos de peritos”.
Espera-se que o governo e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos realizem uma reunião com o Comité Olímpico Internacional (COI) e dois outros organismos, possivelmente na próxima semana, para tomar uma decisão formal sobre a questão dos visitantes estrangeiros.
O governo japonês concluiu que não é possível acolher os fãs estrangeiros devido à preocupação da população local com o novo coronavírus e por terem sido detectadas variantes mais contagiosas da covid-19 em outros países.
O Japão proibiu todos os viajantes estrangeiros sem visto de residência de entrar no país, como regra geral, desde o final de dezembro, em uma decisão que permanecerá em vigor até novo aviso
A exclusão de visitantes estrangeiros dos Jogos Olímpicos custaria aos organizadores uma perda de receitas estimada em 77 milhões de euros (R$ 531 milhões), de acordo com uma estimativa do diário de negócios japonês Nikkei.
Sem Famílias
A presidente do Comitê Organizador, Seiko Hashimoto, afirmou nesta quarta-feira que é “difícil” que os atletas possam viajar ao Japão acompanhados por suas famílias em julho, devido à pandemia do novo coronavírus.
“Esta é uma oportunidade que talvez só terão uma vez em suas vidas, então emocionalmente quero que as famílias possam acompanhar. Mas temos que pensar no sistema médico japonês e é por isso que tenho que dizer que é difícil”, afirmou Hashimoto, em uma entrevista ao jornal japonês Mainichi Shimbun.