As jogadoras Kedma Laryssa Santos, Gabriela Zidoi e Lidiane Oliveira concluíram a fuga da Ucrânia nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher. As três jogavam juntas no Kryvbas Woman, de Kryvyi Rih, cidade localizada no sudeste do país invadido pela Rússia em 24 de fevereiro.
Em contato com o SBT Sports, Kedma explicou que o grupo demorou para conseguir concluir a fuga do país devido à distância de Kryvyi Rih dos grandes centros urbanos da Ucrânia, como a capital Kiev, e Lviv, cidade próxima à fronteira com a Polônia.
“Ficava longe da capital e não tinha como chegar até lá para pegar carro ou trem”, disse Kedma, na manhã da última segunda-feira (7), já na Polônia, no aeroporto Frederic Chopin.
As três companheiras de equipe só conseguiram deixar o hotel onde estavam abrigadas, em Kryvyi Rih, na última sexta-feira (4), mais de uma semana após a invasão russa. De lá, elas embarcaram em um trem para Lviv. Em circunstâncias normais, o tempo de viagem é longo: cerca de 13 horas. Com o país em guerra, o trajeto é ainda mais demorado, além de perigoso. Foram mais de 24 horas para chegar até Zosin, na Polônia.
“O momento mais difícil foi na saída da nossa cidade, porque tinha muita gente tentando embarcar no trem, e depois que conseguimos tinha mais de 17 pessoas no mesmo vagão. Estava muito, muito quente”, disse Kedma, que é natural do Piauí.
“No trem não podia entrar com mala, só podia levar o necessário, e só tinha como levar a mochila. Então, eu pensei que tinha de levar uma roupa que dê para usar em Teresina. Peguei um short!”, detalhou a jogadora.
Na segunda, a Fifa autorizou a suspensão provisória dos contratos de profissionais estrangeiros que atuam na Rússia e na Ucrânia. Jogadores e treinadores poderão firmar novos acordos até o dia 30 de junho com qualquer time do mundo. Sem equipe para jogar, Kedma disse que está aberta a novas oportunidades. “Qualquer clube eu tô aceitando!”.