domingo, 24 de novembro de 2024
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Jogador do Arsenal fica fora de final por questão política

Henrikh Mkhitaryan vai ser desfalque do Arsenal na final da Liga Europa. Mas o problema não é uma lesão ou suspensão. É algo incomum: o meia não vai atuar porque…

Henrikh Mkhitaryan vai ser desfalque do Arsenal na final da Liga Europa. Mas o problema não é uma lesão ou suspensão.

É algo incomum: o meia não vai atuar porque o jogo é no Azerbaijão e ele nasceu na Armênia. Os países vivem sob tensão política, então Mkhitaryan não poderá enfrentar o Chelsea na decisão, que será na próxima quarta-feira (29).

O Arsenal explicou que tomou a decisão após conversas com o meia e sua família, depois de “minuciosamente” avaliar todas as opções possíveis. “Nós coletivamente concordamos que ele não estará em nosso grupo para a viagem”, disse o clube em um comunicado, acrescentando que “escreveu para a Uefa expressando nossas preocupações profundas sobre esta situação.” Mkhitaryan disse em seu perfil no Instagram que foi uma “decisão difícil” ficar fora do jogo, acrescentando: “Devo admitir, me dói muito perder isso.”

Ele ficou fora de jogos anteriores no Azerbaijão, tanto pelo Arsenal quanto pelo Borussia Dortmund, o seu clube anterior. “Micki tem sido um jogador-chave na nossa campanha para a final”, disse o Arsenal. “Então isso é uma grande perda para nós do ponto de vista de equipe “.

O governo do Azerbaijão disse anteriormente que permitiria que Mkhitaryan disputasse a final em Baku, no dia 29. A Uefa também assegurou que garantiria a presença de Mkhitaryan com segurança. “Trabalhando em conjunto com o Arsenal, a Uefa procurou e recebeu garantias de segurança para o jogador no Azerbaijão das mais altas autoridades”, disse o órgão gestor do futebol europeu em um comunicado enviado por e-mail.

“Como resultado dessas garantias, um plano de segurança abrangente foi desenvolvido e dado ao clube. Embora o clube reconheça os esforços que a Uefa e o governo do Azerbaijão tem tido nesta matéria, respeitamos a decisão pessoal de não viajar com o jogador.”

Nagorno-Karabakh é uma região do Azerbaijão que está sob o controle de forças de etnia armênia e apoiada pela Armênia desde que a guerra terminou em 1994. Alguns distritos vizinhos também estão sob o controle dessas forças étnicas. E os esforços internacionais para resolver o conflito estagnaram.

As tensões entre o Azerbaijão e a Armênia ficaram claras quando as seleções nacionais caíram no mesmo grupo das Eliminatórias da Eurocopa de 2008. Ambos os jogos foram cancelados, depois de o Azerbaijão se recusar a receber a Armênia e nenhum acordo ser alcançado para a realização dos duelos em campo neutro. Desde então, a Uefa separou suas seleções nacionais e clubes nos seu sorteios.

Esta será a primeira final continental do Arsenal em 13 anos, sendo que o clube não vence esse tipo de torneio desde que faturou a extinta Recopa Europeia em 1994. O jogo tem uma importância ainda maior porque o time precisa vencer para garantir a qualificação para a Liga dos Campeões depois de não ficar entre os quatro primeiros do Campeonato Inglês.

“Nós também estamos muito tristes por um jogador perder uma grande final europeia em circunstâncias como esta, pois é algo que surge muito raramente na carreira de um jogador”, disse o clube.

O Arsenal ainda tem reclamado da escolha de Baku como sede da final e também por ter recebido apenas 6 mil ingressos para o jogo em um estádio com capacidade para 68,7 mil espectadores. Dirigentes da equipe afirmaram que mesmo as poucas entradas disponíveis não foram ainda vendidas em sua totalidade devido às dificuldades para se chegar ao Azerbaijão. Há relativamente poucos voos para Baku partindo da Inglaterra, embora existam mais opções específicas para a final, só que com preços bem acima dos usuais.

Curiosamente, o então CEO do Arsenal, Ivan Gazidis, era membro do Comitê Executivo da Uefa que escolheu Baku para ser a sede desta final da Liga Europa. O processo se deu em setembro de 2017, em disputa que também envolvia Sevilha e Istambul. Sevilha acabou sendo excluída porque Madri foi escolhida para receber a final da Liga dos Campeões, que será disputada em 1º de junho.

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