Janeiro é o mês de conscientização sobre a Hanseníase, e em Fernandópolis a campanha é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, através do CADIP (Centro de Atendimento a Doenças Infectocontagiosas e Parasitárias). A ação visa reforçar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para combater a doença e reduzir sua transmissão, com a intensificação da busca ativa de contatos.
Neste final de semana, a equipe realizará uma série de ações de conscientização no centro da cidade. No sábado (25) e domingo (26), profissionais estarão na Praça da Matriz e em outros pontos estratégicos, distribuindo materiais informativos e orientando a população sobre os sintomas mais prevalentes da Hanseníase.
O médico infectologista Márcio César Reino Gaggini do CADIP, explica que, em parceria com as estratégias de Saúde da Família e toda equipe da unidade, serão realizados novos diagnósticos precoces em pacientes selecionados.
“Se compararmos os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil ocupa o 2º lugar em número de diagnósticos de Hanseníase há vários anos, ficando atrás apenas da Índia. Em Fernandópolis, contamos com um trabalho integrado de profissionais da saúde, como fisioterapeutas, enfermeiros e farmacêuticos, para realizar uma busca ativa entre os contatos de pacientes que já tiveram Hanseníase.”
Sintomas, transmissão e diagnóstico da hanseníase
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa que tem cura, mas exige atenção aos sinais para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Entre os sintomas mais comuns estão manchas na pele, que podem ser brancas, avermelhadas ou amarronzadas, acompanhadas de alteração de sensibilidade, áreas com diminuição dos pelos e do suor, formigamento nas mãos ou nos pés, além de diminuição ou ausência de força muscular na face, mãos ou pés. Em alguns casos, também surgem caroços (nódulos) no corpo, que podem ser avermelhados e dolorosos.
Sua transmissão ocorre quando uma pessoa infectada, que está na forma contagiosa da doença e não recebe tratamento, contaminando outras pessoas suscetíveis. O contato prolongado com um portador não tratado aumenta significativamente o risco de infecção.
O diagnóstico da doença é realizado por meio de exame físico geral, dermatológico e neurológico, para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade, além de sinais de comprometimento dos nervos periféricos, como alterações sensitivas, motoras ou autonômicas.
“A manifestação dos sintomas da Hanseníase tem mudado ao longo dos anos. É uma doença que compromete inicialmente os nervos, apresentando sintomas como dor, câimbras e perda de força nas mãos e nos pés. As lesões de pele, tendem a surgir em estágios mais avançados, devido ao atraso no diagnóstico do comprometimento nervoso”, ressaltou o médico.
Gaggini destaca a importância de investigar se o paciente teve convívio prolongado com alguém diagnosticado com a doença e reforça que, diante de qualquer um desses sintomas, é essencial buscar avaliação médica. “Nossa equipe está preparada para oferecer o diagnóstico e o suporte necessários para o tratamento.”