A família de Gaia Molinari, a italiana assassinada nos arredores da praia de Jericoacoara (CE), soube da morte da jovem pelo Facebook.
Segundo Federico Fioretto, ex-marido da mãe de Gaia, o irmão da jovem foi o primeiro a saber.
“O proprietário do albergue em que ela estava nos mandou um apelo via Facebook para que entrássemos em contato. Nosso filho ligou e ficou sabendo de todos os detalhes”, disse.
Gaia, 29, foi encontrada morta (por estrangulamento) no último dia 25 numa área de preservação conhecida como Serrote. A polícia cearense ouviu suspeitos, mas ninguém ainda foi preso.
Abalados, os familiares não pretendem viajar ao Brasil, segundo Fioretto. O corpo deve ser liberado nesta segunda (29). O enterro será em Piacenza, cidade do norte da Itália onde ela nasceu.
“Quando ela voltar, vamos fazer uma festa com todos seus amigos, com a música do Pink Floyd, que ela gostava tanto. Quero dar um sentido bom à sua morte, com a luz que ela disseminava a todos”, disse a mãe de Gaia, Valentina Carraro, ao diário “Libertà”, de Piacenza.
Gaia estava no Brasil desde novembro. Ela passou uma temporada em São Paulo, onde estudou português e colaborou em um projeto voluntário, e depois foi para Fortaleza. Antes de ir a Jericoacoara, ela trabalhava
em um albergue em troca da hospedagem.
Herdeira de uma fábrica de calçados ortopédicos e formada em ciência da comunicação, ela morava em Paris havia dois anos. Amigos dizem que Gaia Molinari queria colaborar em projetos sociais.
“Ela gostava de ajudar o próximo e de viajar”, conta Francesco Bordin, amigo dela desde a infância. Segundo ele, Gaia iria embora do Brasil alguns dias depois do Natal. Seu destino seria o vizinho Chile, onde a jovem planejava o mesmo: estudar e fazer trabalho voluntário.