A forte aceleração nos preços dos alimentos no varejo (de 0,06% para 0,60%) foi a principal causa para a taxa maior do IPC-S, que subiu 0,27% na última quadrissemana de novembro, ante elevação de 0,06% na quadrissemana anterior. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. De acordo com ele, os preços dos alimentos responderam por 83% do avanço do IPC-S, entre a terceira e a quarta quadrissemana de novembro.
O economista comentou que, na passagem do IPC-S de até 22 de novembro para o índice de até 30 de novembro, houve uma elevação de preços mais intensa no segmento de hortaliças e legumes (de 0,47% para 2,27%), que tem grande peso na formação do índice, e cuja variação de preços é volátil, e dependente de mudanças do clima. Braz observou ainda que o aumento nos preços dos alimentos poderia ter sido mais intenso, não fosse a intensificação na deflação dos preços das frutas (de -0,32% para -0,84%), que ajudou a “segurar” a aceleração do indicador.
Outro fator que ajudou a puxar para cima a taxa do IPC-S foi o comportamento dos preços da carne bovina, que também sofreram forte aceleração (de 4,35% para 5,81%), devido ao período de “entressafra”. Ou seja: quando o abate de gado torna-se menos intenso, diminuindo a oferta do item no mercado interno. Ainda de acordo com o economista, a elevação de 5,81% foi o aumento de preços mais intenso da carne bovina desde novembro de 2002, quando o preço da carne subiu 7,39%. O economista lembrou que esse ano foi um período difícil para a pecuária, com épocas de seca intensa – que prejudicou o pasto e, por conseqüência, a alimentação do gado. Além disso, no ano passado, houve o abate de várias “matrizes”, gado reprodutor, levando a um menor número de cabeças, esse ano.
Na passagem da terceira quadrissemana de novembro para a quarta quadrissemana do mês passado, houve elevações de preços mais intensas em alcatra (de 5,02% para 5,95%); patinho (de 3,95% para 6,52%); chã (de 3,99% para 5,29%) e contra filé (de 5,75% para 8,19%).