O ingresso de investimento estrangeiro direto (IED), recursos que vão para o setor produtivo, na América Latina e Caribe caíram 9,1%, em 2015, na comparação com o ano anterior, de acordo com dados da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). No total, os investimentos chegaram a US$ 179,1 bilhões, o nível mais baixo desde 2010 (US$ 172,973 bilhões). Para este ano, a Cepal projeta que o IED pode cair até 8%.
Segundo a Cepal, a queda é explicada pela redução nos investimentos em setores vinculados aos recursos naturais, principalmente mineração e hidrocarbonetos, e o encolhimento da economia, sobretudo do Brasil.
A Cepal destaca que, desses investimentos, no Brasil (US$ 75,075 bilhões) saíram 23%, em 2015, embora o país tenha se mantido como principal receptor dos fluxos da região (42% do total). No México (US$ 30,285 bilhões), segundo maior receptor, os ingressos aumentaram 18%.
A queda na América Latina e Caribe contrasta com o crescimento global. Em 2015, o fluxo mundial de investimentos diretos aumentaram 36%, chegando ao valor estimado de US$ 1,7 trilhões. De acordo com a Cepal, esse dinamismo foi impulsionado por uma “intensa onda” de fusões e aquisiçoes, especialmente em países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos.
Segundo a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, há liquidez (recursos disponíveis) no mundo e isso estimula a compra de empresas. Além disso, a recuperação dos Estados Unidos, influenciou no aumento dos investimentos no mundo. No ano passado, os Estados Unidos foram o principal investidor na América Latina e Caribe, responsáveis por 25,9% dos recursos investidos, seguido pelos países baixos (15,9%) e pela Espanha (11,8%).