quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Investigador revela detalhes da morte de Zezé

Segundo o investigador Lazinho, não houve latrocínio; bandido premeditou o crime e matou Zezé com um tiro na cabeça. O assassino da funcionária pública municipal Maria José Zancheta, a Zezé,…

Segundo o investigador Lazinho, não houve latrocínio; bandido premeditou o crime e matou Zezé com um tiro na cabeça.

O assassino da funcionária pública municipal Maria José Zancheta, a Zezé, morta em junho desse ano, está a um passo de ser preso. As investigações do caso do homicídio que chocou Catanduva devem ser concluídas em poucos dias.

Esta é a opinião do investigador policial Antonio Lázaro Constâncio, o Lazinho, que veio de Campinas a Catanduva integrar a equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) para solucionar a morte de Zezé e, conseqüentemente, prender o assassino.

Para isso, tanto Lazinho quanto os agentes da DIG, trabalham incessantemente em cima do caso e esperam colocar o bandido atrás das grades em breve.

Com 65 anos de idade, sendo 45 anos dedicados à polícia, o investigador Lazinho revelou detalhes inéditos da morte de Zezé exclusivamente ao jornal Notícia da Manhã.

Para ele, não houve latrocínio, como foi noticiado por todos os órgãos de imprensa da região, e o bandido premeditou o crime.

“Quando Zezé sumiu, ela carregava uma caixa com jóias, avaliadas em mais de R$ 25 mil. Tais jóias foram encontradas debaixo do banco do veículo da vítima, e posteriormente devolvidas à loja que, em forma de concessão, cedeu os objetos valiosos à mulher. Portanto, o bandido não matou Zezé para roubá-la. Descartamos o latrocínio. Na minha opinião, o criminoso seqüestrou a vítima com a intenção matá-la por algum motivo”, explicou Lazinho.

O investigador aponta dois outros detalhes referentes ao momento do assassinato da funcionária pública.

Segundo Lazinho, Zezé foi morta horas depois de ser seqüestrada.

“Não há dúvida. O bandido seqüestrou a mulher e, após abandonar seu veículo, levou-a até o canavial. Zezé ficou de joelhos e foi morta com um tiro na cabeça. Resumindo; a vítima não ficou em cativeiro e morreu de joelhos naquele canavial”.

Câmera da Prefeitura não filmou a vítima
A câmera de vídeo-monitoramento localizada no alto do prédio principal da Prefeitura de Catanduva não captou imagens de Zezé no momento de seu desaparecimento. A suspeita é de que a funcionária pública tenha estacionado seu veículo a poucos metros do estacionamento dos fundos do órgão público, o que fez com que o alcance da câmera não tenha permitido a gravação.

Investigador quer ajuda da população no caso
O investigador Lazinho crê que 80% do ‘caso Zezé’ já foi concluído. “Com a ajuda da imprensa e da população, deveremos fechar o caso em questão de poucos dias. O ‘toque’ final depende da sociedade. É inadmissível saber que ninguém viu uma pessoa tão conhecida como Zezé ser seqüestrada às 13 horas em um dia de sol, no Centro da cidade. Alguém viu algo sim e precisa denunciar à polícia”.

Os telefones dos órgãos policiais são 197 (Polícia Civil), 3523-2541 (DIG) e 190 (Polícia Militar). “Não existe bina nos telefones da polícia, a pessoa pode ligar sem se identificar. O que importa é esclarecer esse crime rapidamente. Se a sociedade cooperar, amanhã mesmo colocamos o bandido na cadeia. Temos que tirar o criminoso de circulação para que não apareçam novas vítimas. Isso é o que importa”.

Lazinho pressupõe que o responsável pela morte de Zezé seja uma pessoa de outra cidade.

Vela ao lado de corpo indica ‘fim de pista’
No dia nove de outubro, 15 dias após o desaparecimento de Zezé, o corpo da funcionária pública foi localizado, totalmente esfacelado por uma máquina colheitadeira que cortava cana-de-açúcar em um canavial na rodovia Primo Novelli, entre Catanduva e Pindorama. Junto com o corpo, os agentes da DIG apreenderam uma vela de sete dias vermelha.

O investigador Lazinho descarta a possibilidade de alguém ter feito rituais satânicos ou ‘macumba’ com a mulher morta, mas acredita que o bandido colocou tal objeto no local para que o canavial pegasse fogo e, assim, queimasse o corpo. “Para mim, o criminoso tinha o intuito de queimar o corpo, ou seja, eliminar as pistas, mas algo fez com que o pavio da vela apagasse. O objetivo do bandido não foi atingido”.

DIG ‘varre’ matagal para encontrar bolsa
Os agentes policiais da DIG fizeram, ontem, uma varredura para localizar a bolsa e o celular de Zezé, que estão desaparecidos desde o sumiço da funcionária pública. O trabalho policial durou quatro horas e nada foi encontrado. “A equipe ficou no canavial onde foi localizado o corpo de Zezé, mas infelizmente os objetos continuam sumidos”, falou Lazinho.

Cerca de 100 pessoas são investigadas pela DIG
Desde a chegada de Lazinho à DIG, há três meses, 100 pessoas já foram ouvidas e investigadas. “Iremos ultrapassar esse número. Estamos ouvindo amigos, familiares, inimigos, todos aqueles que conheciam direta e indiretamente Zezé. O ‘quebra-cabeça’ está sendo montado aos poucos”.

Lazinho: “Não troco a polícia por nada”
Lazinho completou 45 anos de polícia e atuou em casos diversos no Brasil inteiro. São mais de 3090 flagrantes e outros milhares de crimes solucionados, como o seqüestro de Wellington Camargo e a prisão do traficante internacional Berthier Bacelar, procurado por nove países. “A polícia é minha vida. Faço meu trabalho de maneira coesa e sem amolação. Quando inicio uma investigação, não sinto sede ou fome, fico anestesiado e querendo ver o fim.Já me vesti de gari e de pedreiro para, disfarçado, pegar bandidos. A única coisa que me deixa triste é quando vejo jovens ingressando na polícia por necessidade ou vaidade. É preciso gostar de ser policial e se dedicar ao máximo”.

A polícia de Catanduva, avaliou Lazinho, é bem estruturada e trabalha em união. “É exemplo para todos.

A cidade é calma, pacata mesmo, as pessoas ficam nas ruas conversando tranqüilamente no final do dia”.

Competente, Lazinho é conhecido pelas suas frases de efeito. “Tenho duas que são ótimas. ‘Investigação é igual mulher bonita: quanto mais perto dela estamos, mais queremos ficar’; e ‘Bandido tem três jeitos de se livrar de mim: me matar, se suicidar ou se entregar, pois até no inferno vou atrás dele”.

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