Um investigador da Polícia Civil que há mais de dez anos trabalhava na Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Votuporanga, recentemente foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público, depois que investigações realizadas pela própria corporação apontaram seu envolvimento com o tráfico de drogas.
O fato foi constatado pela própria Dise, que após receber diversas denúncias sobre o policial, descobriu uma relação entre ele e um homem preso no dia 1.º de dezembro do ano passado, no bairro da Estação, com uma quantidade de crack que poderia render até 35 invólucros.
A Delegacia Seccional de Votuporanga (que administra os Distritos Policiais locais e de mais 13 municípios da região) foi informada da conduta do investigador logo em seguida e encaminhou o caso à Corregedoria da Polícia Civil, sediada em São José do Rio Preto, que instaurou um inquérito para investigar o funcionário público.
Concluída a documentação, criminalmente o caso foi encaminhado ao Ministério Público de Votuporanga, que por considerar os indícios apresentados – de que o investigador provavelmente estaria envolvido com o tráfico – o denunciou à Justiça, para que seja julgado juntamente com o homem preso em flagrante há pouco mais de um mês, como já foi citado.
Administrativamente, segundo a delegada assistente da Corregedoria da Polícia Civil de Rio Preto, Cristina Santana, o processo que envolve o policial foi encaminhado à Corregedoria de São Paulo, que designará quem será o delegado responsável em apurar o caso, que pode culminar em demissão. “Acredito que na próxima semana já saberemos quem assumirá as investigações, pois o processo está na Capital desde o último dia 15”, explica.
O investigador, que antes de ser denunciado, havia permutado seu cargo com outro policial que trabalhava no Litoral, desde o início do ano não está mais na cidade.
Posicionamento
Em entrevista ao Diário, tanto o titular da Dise, o delegado Antonio Marques do Nascimento, quanto o titular da Delegacia Seccional, o delegado Celso Reis Bento, disseram que como o caso agora é de competência da Corregedoria, não poderiam comentar o assunto, destacando apenas que a situação é no mínimo lamentável.
Nascimento ainda complementou afirmando que o tráfico é inadmissível em qualquer ocasião e que continuará sendo combatido seja qual forem as circunstâncias. Um dos advogados do policial, Douglas Teodoro Fontes, citou que como tem um prazo para apresentar a defesa preliminar do caso, que termina na próxima semana, ainda está estudando o processo que tramita pela 1.ª Vara da Comarca.
