O primeiro campeonato da nova Liga Paulista de Futebol nem começou e o principal investidor do recém-fundado Jalesense Atletico Clube (JAC), Ailton Rodrigues de Pádua, já tirou o seu time de campo, desfalcando a equipe em uma de suas posições mais carentes, justamente aquela que trata dos recursos financeiros para manutenção do time. Os rumores sobre a saída de Ailton começaram a surgir na semana anterior e foram confirmados na quarta-feira, 19, pelo secretário Municipal de Esportes, Ademir Molina.
Em entrevista ao Jornal do Povo, da Rádio Assunção, Ademir explicou que o investidor não concordou em assinar um contrato com o clube, onde ficariam estabelecidas as responsabilidades de cada uma das partes. Um dos pontos que desagradaram o investidor foi a exigência contratual que previa o depósito – por parte dele – de um cheque caução no valor de R$ 100 mil como garantia para o clube. “Em uma reunião com a participação do presidente do clube, o Lessinho, do investidor Ailton e do filho dele, o Felipe, nós propusemos a assinatura de um contrato elaborado pelo advogado do Jalesense, mas o Ailton não concordou com os termos do contrato e preferiu sair. Ele não é mais o diretor geral do clube e não faz mais parte do projeto”, disse Ademir.
Ademir garantiu, no entanto, que as atividades do clube continuam normalmente e que o time se prepara para estrear no campeonato da Liga Paulista no dia 13 de maio. “O supervisor Fábio continua com a gente, assim como o Serjão e o Délcio, que são os técnicos das categorias de base”. Ele ressaltou, no entanto, que o time passará por um enxugamento. “O Aílton trabalhava com 80 atletas e nós pretendemos diminuir esse número para 40, mais os 06 integrantes da comissão técnica”.
Sobre as despesas com a manutenção do time, Ademir disse que “desde segunda-feira, 18, somos os responsáveis pelos gastos com alimentação e alojamento dos atletas e da comissão técnica”. Segundo o secretário de Esportes, “isso não é nada preocupante; nós já fizemos contados com empresas que deverão ser nossas parceiras; quanto ao pagamento dos jogadores, ele será de responsabilidade dos empresários; o clube se encarregará de colocar os jogadores na vitrine, enquanto os seus respectivos empresários cuidarão do pagamento”.
Perguntado sobre possíveis dívidas deixadas em Jales pelo investidor, Ademir disse que conversou com Ailton e eles concluíram que, diante das benfeitorias feitas pelo investidor e das compras efetuadas no comércio, ficou combinado que “ninguém deve nada para ninguém”. Ou seja, o investidor não tem nada para receber do clube e, em contrapartida, as possíveis dívidas no comércio serão pagas pela diretoria do Jalesense Atlético Clube. “O Ailton ficou responsável apenas pelas dívidas com as cozinheiras. Ele falou que o pagamento seria feito ainda nesta semana”, disse Ademir.
Apesar da versão oficial para a saída do investidor citar apenas sua discordância com relação à assinatura do contrato, os rumores davam conta de que Ailton estaria praticando algumas supostas ilegalidades. “Realmente, chegou até o nosso conhecimento de que ele estaria cobrando de alguns jogadores pela permanência no clube. Nós não sabemos se isso seria uma ilegalidade, mas, independente disso, não concordamos com esse tipo de prática”, concluiu o secretário.
Jornal A Tribuna