sábado, 16 de novembro de 2024
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Instituição no DF cobra taxa indevida de alunos do Fies

Com mensalidades acima do reajuste máximo estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) para os contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) cobra dos…

Com mensalidades acima do reajuste máximo estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) para os contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) cobra dos beneficiários a diferença do reajuste. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do MEC responsável pelo Fies, a cobrança não pode ser feita.

Este ano, o MEC estabeleceu um teto para os reajustes das mensalidades das instituições, que segundo a pasta, em alguns casos era abusiva. O MEC comprometeu-se a financiar integralmente as mensalidades que tiveram um reajuste de até 6,41% em relação ao valor cobrado no ano passado. O ajuste corresponde à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014. O limite foi estabelecido, no entanto, após os reajustes já terem sido definidos pelas instituições.

Quando o estudante do primeiro semestre de gestão pública Matheus Silva Rocha, 18 anos, acessou o site do UDF para renovar a matrícula, recebeu um recado de que devia à instituição algumas parcelas, que somavam mais de R$ 700. Rocha, que tem financiamento de 100% pelo Fies, estranhou a cobrança e procurou a instituição. “Esse valor pesa. Fiz o financiamento para não me preocupar com mensalidades ao longo do estudo. Não esperava essa cobrança”, diz.

Rocha foi informado de que a semestralidade do curso é R$ 3.534,30 e que, de acordo com mudanças na regra do Fies, o valor poderia ser alterado apenas para R$ 2.803,16. Caberia a ele arcar com a diferença.

Procurado, o UDF disse, por meio de nota, que os valores estabelecidos como teto pelo MEC “podem ser” inferiores às mensalidades praticadas em 2015, publicados em edital no final de 2014 e constantes dos contratos de prestação de serviços. “Para não prejudicar ainda mais os alunos em meio ao processo de aditamento, o UDF arcou inicialmente com o ônus financeiro dos valores inferiores, até que os aditamentos estivessem concluídos. Passado esse momento, as eventuais diferenças (aproximadamente em 2,6%) das mensalidades do 1º semestre de 2015 de seu respectivo curso foram cobradas”, afirma.

A instituição exlplicou que, assim como “em todas as instituições de ensino superior do Brasil, conforme a legislação vigente, o UDF pode não aceitar a renovação da matrícula no semestre seguinte, caso o aluno tenha débitos em aberto”, e que oferece facilidades para o pagamento.

O MEC dialoga com as instituições para buscar um acordo. A questão é discutida em grupo de trabalho do MEC e Ministério da Justiça para analisar a evolução dos valores cobrados nas mensalidades e financiados pelo fundo.

O FNDE disse à Agência Brasil que estudantes com financiamento do Fies não podem ser cobrados “valores fora daqueles previstos no contrato de financiamento. Caso algum pagamento tenha sido feito, o estudante deve ser ressarcido. Essas situações devem ser reportadas via central de atendimento gratuito, no 0800-616161, ou no link Contato na página do SisFies”.

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