Oito bombeiros foram indiciados no inquérito sobre a atuação dos militares na fiscalização e no dia do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A tragédia matou 242 pessoas em janeiro.
O inquérito isenta os bombeiros de responsabilidade pelas mortes na boate. Eles foram indiciados por situações não relacionadas diretamente ao dia da tragédia, como não exigir treinamento de combate ao incêndio dos funcionários da Kiss.
“Estas foram as falhas apuradas depois de uma exaustiva coleta de provas”, disse o responsável pelo inquérito, Coronel Flávio da Silva Lopes.
O alvará da boate Kiss estava vencido e uma nova vistoria foi solicitada em novembro de 2012. Mas em Santa Maria, a fila de espera pela inspeção chegava há quatro meses na época. Na noite do incêndio, a Kiss ainda era o estabelecimento de número 541 a ser fiscalizado.
“Eu acho que numa casa onde coloca se mais de mil pessoas tem que ter uma prioridade, tem que ter um bom senso de ser fiscalizado antes”, afirma Léo Becker pai de uma vítima do incêndio.
O inquérito vai ser enviado à Justiça Militar depois de uma análise do comandante da PM gaúcha. Se forem condenados, os bombeiros podem ter que cumprir penas que vão de 15 dias a três anos e meio de prisão.
Nesta quarta-feira (12), depois de quatro meses e meio de internação, Renata Pase Ravanello, de 25 anos, deixou o hospital. Outra jovem de 19 anos permanece internada em Porto Alegre.