O pesquisador João Dimas Garcia Maia, da Estação Experimental de Viticultura Tropical da Embrapa de Jales, foi destaque de capa da edição, de novembro, de 2009, da revista Globo Rural, pelo seu trabalho desenvolvido junto aos viticultores da região para a produção da uva niagara, que vem conquistando cada vez mais espaço pelo seu baixo custo de produção e bons preços de mercado.
Com o título “Cresce o Mercado de Uvas”, a reportagem, assinada por Luciana Franco, afirma que a história de Dimas se confunde com a do pólo vinícola de Jales.
A reportagem afirma que “como funcionário da unidade da Embrapa Uva e Vinho, ele foi o grande incentivador, por mais de 20 anos, do cultivo da uva niagara rosada na região, tradicionalmente reconhecida pela produção de uvas finas de mesa como itália, rubi, benitaka, red meire, entre outras”.
Ainda segundo a reportagem, Dimas conseguiu, em 1994, resultados positivos sobre o cultivo, com anos de estudos e trabalho, depois que a Embrapa testou a variedade em sua estação experimental. Havia muita resistência naquela época, como recorda Dimas, porque a niagara, no início, não teve sucesso. O fraco desempenho da videira nos primeiros plantios se deu porque o manejo foi copiado exatamente como era feito na região de Jundiaí, grande produtora brasileira, mas lá o clima é frio, bem diferente do nosso que é caracterizado por altas temperaturas.
Assim, como afirma a reportagem, em Jales o sistema de condução da videira que mais se adaptou foi o da latada, que se assemelha a um caramanchão, em que as videiras têm dossel (cobertura ornamental) e são alinhadas em fileiras distanciadas geralmente a dois ou três metros umas das outras, enquanto que em Jundiaí o sistema é o da condução em espaldeiras, em que as plantas tem dossel vertical e a estrutura de cada fileira é independente.
A técnica usada em Jales, como afirma Dimas, permite uma área de dossel mais extensa e pode ser feita em todas as direções. Ele disse que foi necessário adaptar vários processos no manejo, como, por exemplo, colocar menos terra na muda, depois do plantio, como era feio em Jundiaí.
O engenheiro agrônomo Gilberto Pelisson, da CATI, também é citado na matéria, lembrado que no começo do cultivo eles cobriam cada cacho e depois passaram a usar uma tela de proteção sobre as lavouras.