Fogo, fumaça e desespero! Votuporanga praticamente parou no início da noite de ontem diante de algo que de longe, parecia um vulcão em erupção.
Uma pequena faísca, gerada por uma máquina que corta espuma, possivelmente foi a causadora de tudo, tanto da destruição de uma fábrica, quanto do sossego dos vizinhos que disseram já ter reclamado muitas vezes da “bomba” que estava prestes a estourar no bairro São João.
“Além do barulho das máquinas que funcionavam até a noite, era rato toda hora dentro de casa. A gente ligou para a Vigilância Sanitária, deu queixa na ouvidoria da prefeitura, eles diziam que iam tomar as providências, mas nada nunca mudou”, conta a auxiliar de enfermagem Tereza Caetano, 48, enquanto tentava retirar seus animais de estimação de casa.
Ela, que reside em uma casa de fundo e divide a parede do seu imóvel com o muro da Espumalar, acompanhou aflita a propagação do incêndio que estava na iminência de destruir tudo o que possuía.
Enquanto isso, ao lado da fábrica, Rosemeire Valério de Souza, 37, que no momento do fogo, estava no banho, disse que só teve tempo de se vestir e correr para a rua, agarrada a sua cachorrinha.
Entre a multidão de curiosos, muitos se tornaram voluntários e auxiliaram os moradores do bairro a retirar botijões de gás de dentro das casas, assim como alguns móveis.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros uniram forças com funcionários da Elektro, Prefeitura e da Usina Noroeste Paulista, para combater as chamas que consumiam o que encontravam ao seu redor. Reforços também vieram de Fernandópolis.
Por volta das 21h, os trabalhos ainda não haviam se encerrado no local e ninguém se arriscou em avaliar os danos causados.
O responsável pela Defesa Civil do município, Celso Teófilo Brandão Ribeiro, acompanhou o fato e informou que aparentemente as residências de Tereza e Rosemeire, não chegaram a ter grandes estragos por causa do fogo, mas que se houvesse algum risco de desabamento, de parte da estrutura da fábrica, que ficou totalmente destruída, elas seriam conduzidas para um abrigo temporário ou a casa de parentes.
Os proprietários da empresa, muito abalados também estiveram no local, mas não quiseram falar com a imprensa.
Funcionários
O fato só não te tornou ainda mais grave, porque no momento em que o fogo começou, a fábrica já havia encerrado suas atividades. Porém, uma testemunha que não quis ser identificada, contou ao Diário que um funcionário que ainda estava no local, tentou conter as chamas com ajuda de populares, utilizando mangueiras e aproximadamente oito extintores.
Os reflexos do incêndio ainda puderam ser notados em outros bairros da cidade, que ficaram sem energia por quase uma hora. No entanto, depois de controlada as chamas próximas a rede de transmissão de energia, grande parte do abastecimento voltou ao normal.
Até o fechamento desta edição, apenas a fábrica havia sido interditada pelos bombeiros. A verdadeira causa do fogo será identificada somente por meio de perícia.
