quinta, 23 de janeiro de 2025
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Impeachment é essencial, diz ex-apoiadora de Bolsonaro

“Bolsonaro não tem feito bom governo, comete crimes contra humanidade, inclusive na questão da Covid, e ele não está nem aí. O impeachment é essencial”. A frase é de Cristiane…

“Bolsonaro não tem feito bom governo, comete crimes contra humanidade, inclusive na questão da Covid, e ele não está nem aí. O impeachment é essencial”. A frase é de Cristiane Bernart, de 33 anos, conhecida como Cris, atriz, youtuber, militante do Movimento Brasil Livre (MBL), e assessora do vereador paulistano Fernando Holiday (Patriota).

Na última semana, a pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, fez Cris tomar uma atitude: ela foi para Brasília e, na quarta-feira (10), questionou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na porta do Palácio do Planalto sobre ações contra a pandemia que já vitimou mais de 40 mil brasileiros. Bolsonaro, irritado, respondeu: “reclame com seu governador. Sai daqui”.

Por vídeos, percebe-se que Bolsonaro não gostou da investida no conhecido “cercadinho”, local em que apoiadores ficam diariamente para falar, filmar e tirar fotos do presidente pelas manhãs.

“Eu já estava cobrando Bolsonaro nas redes sociais há muito tempo, desde o começo do governo. E aí umas coisas foram me irritando, como conchavo com ‘centrão’, a questão do Covid, a questão dos ministros, como Moro saiu, e ele não se importou. Para mim foi ele limar a Lava Jato, mudar (o Ministério da) Justiça para favorecer os filhos dele”, diz Cris em entrevista ao DLNews.

Cris, então, deixou o local poucos minutos depois, porque já estava sendo ofendida por apoiadores do presidente. “Eu fui bem hostilizada, várias pessoas me xingaram, mandaram calar a boca. Eu saí mais cedo, porque tinha gente ali com muita agressividade e fiquei com medo de acontecer alguma coisa. Se eu saísse junto com aquelas pessoas, provavelmente aconteceria algo”, afirmou.

Em seu canal no Youtube, com 30 mil inscritos, faz há três anos vídeos críticos contra Luiz Inácio Lula da Silva, PT, feministas e, agora, Jair Bolsonaro. Cris não esconde o apoio a Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.

“Eu deixei claro que fiz campanha para o Bolsonaro, fiz vídeos que estão no meu canal. Não vejo mudança radical, eu acho que fui meio trouxa. Eu achava que era brincadeira (as coisas radicais que ele falava), essas coisas que ele falava, tipo tiozão de churrasco. Só que ele foi levando o tiozão de churrasco para a vida real. Ele não se mostrou ainda um representante da República. Ele continua fazendo piadinha, continua querendo mitar, aparecer. O presidente da República tem que ter postura firme diante de algumas situações, como na situação da Covid”, afirmou.

A ruptura final com Bolsonaro ocorreu com a chegada da pandemia da Covid-19, que Bolsonaro chegou a chamar de “gripezinha”.

“A postura dele diante à pandemia da Covid foi crucial, porque vi a postura dele diante de mortes. Ele coordena o país inteiro e as pessoas estão morrendo e falei para ele ‘não são dados estatísticos, são 40 mil mortes, são pessoas’. Ele trata como gripezinha. Mostrei cartaz, fui educada, de boa e questionei ele sobre omitir os dados. Ele simplesmente olhou para minha cara, uma coisa bem fria, bem blasé e falei dos conchavos com ‘centrão’ e ele ‘ah, pergunta lá para o seu governador’, quer dizer, fugindo da questão”, lembra Cris.

Após questionar Bolsonaro, Cris foi atacada por horas nas redes sociais por apoiadores do presidente. “O extremismo que ele (Bolsonaro) representa não é apenas ele, mas toda ’gadaiada’ dele, os fanáticos. O extremismo no bolsonarismo está existindo exatamente da mesma forma que no petismo. Mesma coisa, nos mesmos moldes, no mesmo jeito”, diz Cris.

Agora, defensora do impeachment de Bolsonaro, Cris aposta em Hamilton Mourão, vice-presidente, para ocupar a principal cadeira da República. Ela é contra a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, o que culminaria com novas eleições no País.

A depender do MBL, que já tem experiência em impeachment ao ajudar na queda de Dilma Rousseff em 2016, Bolsonaro não terá vida política fácil. Cris, inclusive, diz que participará ainda mais do movimento.

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