O caso da morte da adolescente Yasmin Vitória Fernandes Florentino, de 16 anos, sofreu uma reviravolta após a divulgação do laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML).
O documento aponta que a jovem morreu de hemorragia interna aguda, provocada por “ação vulnerante de agente pérfuro contundente” – objeto cortante. A causa da morte apontada é anemia aguda por hemorragia interna traumática.
Yasmin Florentino foi a óbito no dia 8 de julho, após dar entrada no pronto-socorro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jaguaré, no bairro João Paulo II, Zona Norte de Rio Preto, com intoxicação por ingestão de grande quantidade de medicamentos, em uma tentativa de suicídio segundo boletim de ocorrência.
De acordo com o delegado Jonathan Marcondes, a divulgação do laudo pericial mudou o rumo de investigação. Por conta disso, a Polícia Civil vai investigar o caso a partir dos prontuários médicos da adolescente e também ouvir os profissionais envolvidos no atendimento da garota.
“O boletim de ocorrência dá a entender que foi suicídio por ingestão de medicamentos, enquanto o laudo necroscópico aponta que foi em decorrência de hemorragia. Por conta disso, vamos solicitar a ficha clínica da paciente com a Secretaria da Saúde e confrontar com o que nele está escrito com o laudo necroscópico para decidirmos os próximos rumos da investigação”, afirma o delegado.
A Secretaria da Saúde de Rio Preto instaurou uma investigação interna, que já foi concluída, encaminhada ao Comitê de Ética Médica para investigar o caso. A pasta reiterou que não poderia entrar em detalhes, pois o processo corre em sigilo.
Entenda o caso
A investigação na Secretaria de Saúde foi aberta há dois meses a pedido da mãe da adolescente, Cristina Fiorentina, que acusa os médicos da UPA Jaguaré de negligência durante atendimento da filha na unidade de pronto-socorro.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe diz que a filha, que já foi paciente do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes, sofreu intoxicação por ingestão de grande quantidade de medicamentos e, levada até a UPA, onde ficou internada por 12 horas recebendo soro pela veia. Somente durante troca do turno, a nova equipe médica constatou que a jovem tinha entrado em coma, não reagia aos estímulos médicos e morreu em seguida.
Cristina suspeita de falha no atendimento, porque durante a mudança da equipe não teria ocorrido troca de informações entre os médicos, o que pode ter gerado negligência no atendimento da adolescente.