O Brasil caiu duas posições no ranking mundial da mortalidade infantil. A queda é conseqüência da lenta melhoria das condições de vida das crianças brasileiras em relação a outros países pobres. De acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, este é o quinto ano consecutivo de queda do Brasil no ranking do organismo internacional. O relatório aponta que a cada grupo de mil crianças brasileiras nascidas, 33 morrem antes de completar cinco anos de idade. Porém, segundo a análise, a taxa de mortalidade é significativamente maior entre os filhos de mulheres com menos anos de estudos. Portanto, o estudo da Unicef conclui que a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres é fundamental para garantir o bem-estar das crianças. Segundo o documento, a discriminação de gênero ainda é presente em todas as regiões do mundo. A violência contra a mulher, a falta de oportunidade na educação, no trabalho e na participação política são reflexos dessa desigualdade. De acordo com o coordenador de programas do Unicef no Brasil, Manuel Buvinich, a igualdade entre o homem e a mulher nos lares é essencial para garantir a saúde da família brasileira.
A eqüidade no ambiente doméstico é muito importante no sentido que as mulheres têm direito a participar das decisões familiares. As que envolvem tanto o cuidado da própria saúde que as mulheres têm, como das crianças e até a administração dos recursos. Quanto mais excluída a mulher está das decisões domésticas, há um impacto muito negativo na saúde e na nutrição das crianças.
De acordo com o documento do Unicef, mulheres com educação secundária têm maior poder de decisão na família. Isso representa mais recursos destinados às crianças em relação à alimentação, aos cuidados de saúde e à educação dos filhos. A Secretária adjunta da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Teresa Sousa, reconhece que apesar dos grandes avanços na área, a igualdade entre os gêneros ainda está longe de ser uma realidade no Brasil e no mundo. Entretanto, ela acredita que houve uma mudança positiva de atitude feminina nas últimas décadas.
As mulheres acordaram enfim para esse problema, que elas têm que se capacitar. Sair para o mercado de trabalho até para barrar algumas outras questões que elas enfrentam: mau atendimento no âmbito da saúde, de violência doméstica, de não ter acesso à cultura e educação.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, as mulheres já alcançaram maior nível de escolaridade em relação aos homens. Porém, o fato ainda não é refletido nos salários. Pelo contrário, as mulheres ainda ganham rendimentos 30% inferiores aos dos homens.